Opinião: Crónica de muitas obras anunciadas (e muitas pessoas paradas)

Ricardo Rosa - Opinião
Ricardo Rosa, jornalista
Ricardo Rosa - Opinião
Ricardo Rosa, jornalista

Por Ricardo Rosa, jornalista

Lá na rua onde moro há “obras em curso – prometemos ser breves”. Termo técnico para o que acontece sempre por esta altura, a meses de eleições autárquicas.

Quatro anos depois, é hora de mostrar obra feita para a reeleição – ou criticar a que está mal feita ou a que ficou por fazer. O país está de andaimes e tapumes. Faz-se o que (não) se pode, com o dinheiro que (não) há.

Nas terras que me albergam, concelho de Oeiras, as apostas desta vez foram duas: por um lado, contentores de lixo subterrâneos (obras que estranhamente passam mais dias paradas do que “em curso”, tornando-se em valas de lama e água); por outro, o “reordenamento” – mais um termo técnico de autarca – de ruas, com mais lugares de estacionamento. Por Santiago, também já dei conta do “reordenamento” do Largo do Manel dos Jornais e da Rua Prof. Egas Moniz ou da estrada entre a aldeia e a cidade de Santo André.

Mas o que mais lamento nesta maratona de obras é a prioridade dada aos carros. Alcatrão, estacionamento… e as pessoas, pá?

Bem sei que algumas até quase que levam o carro para junto da cama (garagem ao lado do quarto?), mas há a quem ainda
faça falta passeios com bom piso para andar ou parques para passear e brincar.

Salvo raras exceções ou piscadelas de olho com skateparks e ciclovias à beira mar, os automóveis dominam e preenchem a maior fatia da área das cidades (a sério, olhem pelas vossas janelas).

O artigo completo pode ser lido na edição em papel de 09 de fevereiro de 2017, n.º 686