“Vamos precisar de milhares de engenheiros e tenho dúvidas que Portugal tenha para Sines o número necessário”
O Presidente do Polo de Sines da Ordem dos Engenheiros, André Vilela, a funcionar desde abril deste ano, estima que Sines vai precisar de milhares de Engenheiros para fazer face aos projetos que estão previstos para o Complexo Industrial e Portuário e defende a necessidade urgente de criar habitação na região.
O Leme – Qual o objetivo da criação de um polo da Ordem dos Engenheiros (OE) em Sines?
André Vilelas – Tal como todas as outras Delegações a nível nacional, o grande interesse de abrir um Polo é descentralizar. Sentimos há muitos anos que nesta região, neste ‘cluster’ petroquímico, com tantas Empresas ligadas às áreas energéticas e outros, há tanto Engenheiro e tanta engenharia a acontecer e o Polo mais próximo que havia era a sede da OE em Lisboa. Há claramente um desfasamento, desde há muitos anos que a Ordem decidiu começar a descentralizar e começou a abrir Delegações, essencialmente, na região sul à qual pertencemos. Contudo, segundo os estatutos da OE, as Delegações só se podem abrir nas capitais de Distrito. Ora a proximidade de Setúbal a Lisboa é tão grande que nunca houve esta apetência para criar uma delegação em Setúbal. Há muitos anos que lancei o repto para a OE abrir uma Delegação ou um Polo em Sines, porque se justificava pela presença da indústria, demorou alguns anos, mas finalmente conseguimos, depois de uma decisão tomada em 2022, em que me foi feito o convite que tive o prazer de aceitar e abrimos no dia 17 de abril.
L – Quais os entraves que impediam essa abertura?
A.V. – Essencialmente era uma questão estatutária relacionada com as Delegações. O Distrito de Setúbal era o único da região sul que não tinha uma Delegação e, em 2022, houve uma abertura e uma alteração na interpretação dos estatutos da OE que permitiu abrir não uma Delegação, mas um Polo. Somos o único polo da OE no país, por essa razão, a funcionar.
Entrevista completa no jornal 835 de 20.07.2023