PCP deslocou-se às áreas afectadas pelo incêndio de Odemira reunindo com instituições e produtores.

Passamos a publicar na integra nota de imprensa recebida na nossa redacção

Uma delegação do PCP, integrada pelo deputado do PCP na Assembleia da República João Dias, eleitos locais da CDU e dirigentes do PCP das Direcções de Organização do Litoral Alentejano e Algarve, visitou nos dias 16 e 17 de outubro as zonas afectadas pelo incêndio de  Odemira que deflagrou em Odemira de 5 a 9 de agosto e consumiu cerca de 8400 hectares de floresta e terrenos agrícolas, num perímetro de 50km.

“No dia 16, uma delegação do PCP reuniu com os Bombeiros Voluntários de Odemira, onde se inteirou do teatro de operações e da necessidade de melhores condições de trabalho e carreira para os bombeiros. O PCP cConstatou-se que os bombeiros enfrentam dificuldades na manutenção dos equipamentos e na formação dos operacionais, na valorização das carreiras.  O PCP defende que é urgente rever o financiamento das corporações de bombeiros, garantindo uma comparticipação adequada do Estado, que cubra os custos reais das intervenções e assegure a sustentabilidade das associações humanitárias.

O PCP reuniu também com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), abordando os projectos de reflorestação da área ardida e a possibilidade da criação de uma Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP).  O PCP considera que é necessário apostar numa gestão florestal preventiva, que promova a diversidade das espécies, a valorização dos recursos endógenos e a protecção da biodiversidade. O PCP defende ainda que é preciso reforçar os meios humanos e materiais do ICNF, dotando-o das condições necessárias para cumprir as suas funções.

O dia 16 terminou com um encontro em S. Miguel com pequenos produtores afectados pelo incêndio, onde se abordou a falta de apoios no terreno por parte do governo, apesar das promessas, quando terrenos inteiros ficaram destruídos. O PCP constatou que muitos agricultores ainda não receberam qualquer indemnização pelos prejuízos causados pelo fogo, que afectou culturas como o medronho, o mel e o gado. O PCP denuncia que o governo tem sido incapaz de dar uma resposta rápida e eficaz aos problemas dos pequenos produtores, que são essenciais para a economia local.

No dia seguinte, a 17 de Outubro, a delegação do PCP, onde integravam membros da DOR Algarve do PCP com o deputado João Dias, deslocou-se a Monchique para uma reunião com os Bombeiros de Monchique afim de perceber as dificuldades no combate ao incêndio sentidas pela corporação algarvia. O concelho de Monchique que ainda viu o fogo consumir umas centenas de hectares no seu território.

A jornada dedicada ao incêndio de Odemira, acabou numa reunião na Junta de Freguesia de Odeceixe, com o Presidente da Junta e o responsável da Protecção Civil de Aljezur. Uma reunião que serviu para perceber a dimensão e gravidade do incêndio no concelho de Aljezur, onde para além da grande área ardida também chegou a colocar em perigo habitações  e algumas explorações agrícolas, tendo mesmo chegado ao perímetro urbano da Vila de Odeceixe, onde foi combatido a escassos metros das moradias.

O PCP continuará a acompanhar a situação no terreno e a exigir ao governo que assegure apoios para os afectados por este incêndio, que cumpra as suas responsabilidades na prevenção e no combate aos incêndios florestais, na protecção dos ecossistemas naturais e na valorização das actividades produtivas locais e dos pequenos e médios agricultores.