Praias da Costa de Santo André e Fonte do Cortiço renovam galardão “Qualidade de Ouro”

Helga Nobre

As praias da Costa de Santo André e Fonte do Cortiço, no Concelho de Santiago do Cacém, foram distinguidas com a Bandeira “Praia Qualidade de Ouro”, atribuída pela Associação ambientalista Quercus que realizou, dia 13 de julho, uma cerimónia para hastear este galardão.

“É o culminar de um trabalho que é feito ao longo do ano de manter estas águas com qualidade, e isso passa por um trabalho de diferentes entidades. Neste caso específico estamos a falar da Águas de Santo André que, no tratamento das águas residuais, permite que as águas cheguem ao mar com uma certa qualidade”, disse Paula Nunes da Silva, da Quercus.

O galardão atribuído pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, distingue anualmente a qualidade da água balnear das praias portuguesas, com base na informação pública oficial disponível, tendo exclusivamente em consideração as análises efetuadas nos laboratórios das diferentes Administrações Regionais Hidrográficas.

“Este ano o projeto foi bastante dinamizado através de ações de sensibilização das populações da importância de manter a qualidade da natureza que se reflete na sua qualidade de vida”, explicou.

De acordo com a dirigente da Quercus “a sustentabilidade tem de ser trabalhada a todos os níveis e os gestores dos municípios têm interesse que o seu território tenha qualidade de vida para os munícipes e para quem os visita”.

Para o Presidente da empresa Águas de Santo André (AdSA), Marcos Sá, esta é “uma iniciativa importante porque junta diversas entidades, no sentido de valorizar o trabalho que tem sido feito nesta região”.

“Seja pelo trabalho do Município relativamente às praias, quer seja pelo trabalho da AdSA no tratamento das águas residuais que vão para a nossa ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] em Rio de Moinhos. E isso é muito importante para devolver à natureza, ao mar e ao meio ambiente a água devidamente tratada. Esse é o nosso papel, é um papel que muitas vezes não é visível, mas é determinante para esta região, para Sines, para a Zona Industrial e também para todas as localidades aqui à volta”, sublinhou.

Segundo o responsável, a AdSA está neste momento a fazer “um investimento muito significativo para construir uma nova ETAR, moderna, tecnológica, que seja ainda mais exigente do trabalho que fazemos, exatamente, para dar resposta aos desafios de futuro, ou seja da expansão da indústria e da Zona industrial de Sines, mas também de garantir que fazemos cada vez um melhor trabalho e dar melhores condições aos nossos trabalhadores”.

“O equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a sustentabilidade [ambiental] são determinantes para nós e temos aqui um papel que julgo ser essencial nesta área”, notou.

Para o Presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, esta é “uma chancela de qualidade máxima, neste caso da água, que dá um conforto a todos os que frequentam esta praia”.

“É um trabalho conjunto de várias entidades que resulta numa qualidade de excelência, sabendo que temos perto uma zona industrial que nos preocupa, havendo algum risco, mas o que é certo é que há mais de 20 anos que temos este galardão”, defendeu.

Considerando que as praias são “um fator de atração de pessoas ao Concelho e à região do Litoral Alentejano”, o Autarca sublinhou que “esta chancela permite que este polo de atração ganhe uma maior dimensão e atratividade em termos turísticos”.

“Do ponto de vista económico também é importante ter esta chancela porque trazemos pessoas ao território, à nossa economia local, restauração, hotelaria e tudo o que movimenta o turismo e nesse sentido estamos satisfeitos”, referiu.

Já sobre eventuais problemas de saúde pública causados pelas tentativas falhadas de abertura da Lagoa de Santo André, o Autarca explicou que o Município está a “tratar de fazer análises à água daquela zona que, apesar de não ser considerada de uso balnear, é utilizada pelos banhistas”.

“O nosso laboratório que faz vários tipos de análise, esta particular, não tem essa capacidade e vamos recorrer a um laboratório externo para perceber qual a qualidade da água. Não sendo de uso balnear vamos acreditar que não há problemas, mas é algo que nos preocupa porque nos últimos anos não tem havido um rejuvenescimento das águas como seria desejável e habitual e, nesse sentido, estamos a tentar fazer um controle para perceber se há riscos para a saúde e vamos tirar essas duvidas todas com essa análise”, concluiu.

A cerimónia ficou marcada pela libertação de uma gaivota recuperada no CRASSA – Quercus.

Leme 835 – 20.07.2023