“40 anos”

Francisco do Ó Pacheco
Francisco do Ó Pacheco
Francisco do Ó Pacheco
Francisco do Ó Pacheco

Por Francisco Pacheco, em Sines

Estamos no ano quarenta da revolução de Abril de 1974. Antes do dia 25 de Abril passado, ainda Marcelo Ribeiro de Sousa, na sua conversa semanal na TVI, recordou durante várias semanas, os principais acontecimentos político-militares que antecederam a revolução dos capitães.

Depois disso o silêncio que se fez em torno dos acontecimentos que se seguiram durante o ano de 1974 caíram no fosso do esquecimento propositado. Claro que em Maio de 1974 se criou o salário mínimo nacional e se fixou o seu valor nos 3300$00 e se fizermos a sua actualização para os dias de hoje verificamos que é muito superior. Mesmo que o governo actualizasse o salário mínimo para os 500 euros, coisa que se recusa, incompreensivelmente, a fazer, este valor ainda ficaria abaixo do salário mínimo de 1974, uma vez que aos 3300 escudos de 1974 correspondem 535 euros de 2014.

Mas outras coisas foram acontecendo ao longo de 1974 que deveremos trazer à colação. Nos primeiros anos da revolução abrilista quisemos levar até ao povo, tão perto quanto possível e sensato, os serviços públicos a que todos temos direito.

Dos Centros de Saúde nas sedes dos concelhos fizemos extensões de saúde nas freguesias e postos de saúde nos povoados mais pequenos, onde os técnicos de saúde se deslocavam várias vezes por semana. E agora? Agora fecharam-nos e qualquer dia até os Centros de Saúde nas sedes de alguns concelhos encerrarão.

Nos primeiros anos da revolução fizeram-se e modernizaram-se escolas dos vários ciclos do ensino. E agora? Agora fecham-nas e obrigam crianças de tenra idade a sair da cama às seis horas da madrugada e, ainda noite, a percorreram demasiados quilómetros durante demasiado tempo, E chamam a isto ensino em nome das tais 21 crianças, no mínimo, por turma?

O artigo completo na edição em papel de 20 de Julho de 2014, n.º 628