“Desde os 12 anos, jamais alguém ganhou uma sopa para eu comer”

Jorge Nunes
Na qualidade de voluntário é à Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém que tem dedicado mais tempo, liderando actualmente a instituição que emprega perto de 300 pessoas no concelho em serviços sociais, como creches, lares de idosos e ainda uma unidade de cuidados continuados |Foto: Ângela Nobre |
Jorge Nunes
Na qualidade de voluntário é à Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém que tem dedicado mais tempo, liderando actualmente a instituição que emprega perto de 300 pessoas no concelho em serviços sociais, como creches, lares de idosos e ainda uma unidade de cuidados continuados |Foto: Ângela Nobre |

Gerado em São Francisco, nascido em Melides, na “maternidade da avó”, e criado em Santiago do Cacém, filho de uma “criada de servir” e de um “almocreve”, o “Chaparreira”, como é conhecido desde sempre, guardou porcos, alcatroou estradas, limpou mato e trabalhou numa loja de ferro-velho.

Chamam-lhe “Chaparreira” desde que se lembra. Acabou por ser uma forma de levar consigo sempre o local onde cresceu, o Monte da“Chaparreira”.

Jorge Nunes, hoje presidente da Caixa de Crédito Agrícola da Costa Azul, agricultor e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém (SCMSC), nunca parou. Foi ciclista no Benfica, comerciante, autarca, escriturário, dirigente desportivo e de várias entidades associativas. É ambicioso e persistente. “É muito difícil eu desistir seja do que for”, confessa.

“A minha ocupação nas horas vagas era guardar porcos”, conta, recordando os tempos de escola. “Nessa altura, os miúdos faziam tudo”, recorda. “Estudos” concluídos – leia-se 4.ª classe – e foi altura de começar a trabalhar a “tempo inteiro”. “Fui desmatar e apanhar mato na zona de São Francisco da Serra e do Roncão”, recorda. “Depois fui alcatroar a estrada do cruzamento até São Bartolomeu, Ermidas, Aljustrel… andei por aí”, relata.

Mais detalhes na edição em papel de 20 de Maio de 2014, n.º 624