Na Quinta do Horácio há vinhos produzidos artesanalmente e mais de 100 licores

É na estrada que liga Santiago do Cacém a Vila Nova de Santo André que se estendem os sete hectares de terreno da Quinta do Horácio, um espaço agrícola que se dedica à produção de vinho e de licores, com árvores de fruta “para todos os gostos” e onde “nada se desperdiça”.

De portas abertas desde 2000, a Quinta do Horácio não passa despercebida a quem faz o percurso entre as duas principais cidades do Concelho de Santiago do Cacém. O convite para visitar está amplamente divulgado desde que o proprietário decidiu dedicar-se “a tempo inteiro” à “venda direta ao público”.

Desde “muito novo” que Horácio Gonçalves se lembra de estar ligado ao campo, na “feitoria do vinho” e “no tratamento das vinhas” da família. Mas, apesar dessa herança, não foi esse o caminho que seguiu, enveredando por trabalhos na construção-civil. Só mais tarde, num apelo pelo campo, decidiu estabelecer-se “por conta própria”.

“Em 2000 deixei de trabalhar no emprego que tinha e dediquei-me por inteiro à atividade agrícola e, principalmente, à vitivinícola. Comecei a plantar mais vinha e dediquei-me mais ao setor do vinho”, contou ao jornal O Leme.

Dos mais de sete hectares, a quinta divide-se entre a vinha, as árvores de fruta e as hortícolas, produzindo anualmente cerca de “oito mil litros de vinho branco e tinto”.

O vinho ‘Horácio Gonçalves’, que é retirado dos 2,5 hectares de terreno, é vendido para várias entidades da região, desde os hipermercados a pequenos comerciantes e “a toda a gente que esteja disposto a comprar”, afirmou.

“É um vinho feito de forma tradicional e artesanal, sem recorrer à enologia, da forma como os meus pais me ensinaram. Apanhamos a uva, fazemos o vinho nos esmagadores elétricos, o vinho fermenta no lagar de betão e comercializamos tal e qual como vendo a uva, sem adicionar mais produtos do que os que são exigidos, para evitar estragar”, explicou o empresário.

Já os licores e as compotas são a segunda “paixão” de Horácio Gonçalves que, em conjunto com a esposa e os filhos, contabilizam a produção de “mais de 100 sabores”, com destaque para o licor do Amor, de Poejo ou de Medronho.

“O que fazemos é juntar a aguardente retirada do vinho com as frutas produzidas na quinta porque tudo aqui é aproveitado. O resto das frutas que não prestam, que estão danificadas vão para os animais que aproveitam todo o desperdício”, garantiu.

Para quem prefere compor um cabaz só à base de fruta, também pode encontrar muita variedade na Quinta do Horácio, como as peras, maçãs, uvas, ameixas, melão e melancia, no verão, e os citrinos em maior quantidade, nesta altura do ano, frisou.

Se está a pensar visitar, saiba que é arriscado aparecer sem avisar o proprietário que ocupa os seus dias no campo e na produção, mas não deixe de aparecer contactando previamente através do telemóvel 936232602.

Helga Nobre