STOP diz que Presidente da República já entendeu que insatisfação está a alastrar para outros setores da sociedade

O coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) afirmou em Sines que o Presidente da República já entendeu que a classe dos docentes e não docentes “está a despertar para a luta e insatisfação a alastrar para outros setores da sociedade”.

“O Presidente da República entendeu que está a haver um despertar de uma classe que junta pessoal docente e não docente e que de facto está preocupado que isto alastre”, disse André Pestana, que falava aos jornalistas durante mais uma concentração de protesto dos professores, no Jardim das Descobertas, em Sines.

O Dirigente Sindical comentava as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou que os professores têm várias reivindicações “compreensíveis e justas” e apelou ao Governo e sindicatos que estabeleçam um diálogo construtivo e evitem um período de greve prolongado.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou como reivindicações justas dos professores “as que dizem respeito à proximidade da residência, do domicílio em relação à escola onde vão lecionar, como seja a burocracia e outras que têm a ver com aspetos do estatuto dos professores”.

Confrontado com estas declarações, o Dirigente Sindical lembrou que “há funcionários judiciais que estão a entrar em greve por tempo indeterminado e que também os enfermeiros já estão a dizer que vão começar a ter lutas mais fortes”.

“Obviamente, que eles sabem que há um grande sentimento de injustiça na sociedade portuguesa, independentemente de se ser trabalhador da saúde, da educação ou privado”, lembrou André Pestana.

Considerando que a luta dos profissionais da educação “aumenta o poder negocial do STOP, André Pestana garantiu que o sindicato vai para a reunião negocial marcada para esta sexta-feira com uma atitude construtiva”.

“Não baixamos o nível, não chamamos mentirosos a ninguém porque isso não vai ao encontro das soluções, mas somos muito determinados no sentido em que para resolver problemas reais e profundos na escola pública o ministro [da Educação] tem de ter propostas concretas e imediatas para pessoal docente e pessoal não docente”, explicou.

O “aumento salarial que compense a inflação, o direito a uma avaliação justa sem quotas, o direito a descontar para a Caixa Geral de Aposentações e uma gestão escolar democrática”, estão entre as reivindicações dos profissionais do setor da educação na escola pública, lembrou o Dirigente Sindical.

A greve de professores por Distritos começou na segunda-feira, 16, e prolonga-se por 18 dias, percorrendo Lisboa, Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto a 08 de fevereiro.

Helga Nobre