Litoral Alentejano com 117 operacionais e um meio aéreo na fase mais crítica

Helga Nobre

Os cinco Municípios do Litoral Alentejano vão contar, na época mais crítica de incêndios florestais, com um total de 117 operacionais disponíveis para o combate aos fogos, apoiados por um meio aéreo.

O dispositivo especial de combate a incêndios rurais da sub-região do Alentejo Litoral foi apresentado, no Parque de Feiras e Exposições de Grândola, no passado dia 14 de maio, tendo o Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Litoral, Tiago Bugio, reconhecido que “não é o dispositivo ideal, mas é o possível”.

No entanto, o responsável que falava aos jornalistas à margem da cerimónia, garantiu estar “a trabalhar para sermos muito mais eficientes, com treinos e mobilização de meios, e a preparar este dispositivo de forma minuciosa para, face à sua dimensão, ser o mais rápido possível e com a melhor quantidade de meios”.

A sub-região do Alentejo Litoral, que é composta pelos Municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no Distrito de Setúbal, e Odemira (Beja), tem uma área de 531 mil hectares e conta com 100 mil habitantes.

Do total da área, “95% é composta por floresta, mato, superfícies agroflorestais, agrícolas e pastagem”, precisou o responsável.

“Temos alguns Concelhos que preocupam muito, face à ausência praticamente de resposta, como o Concelho de Sines que tem uma Freguesia prioritária para este dispositivo de combate a incêndios rurais”, revelou.

Este Município irá disponibilizar apenas “uma cisterna, cabendo o ataque inicial à equipa de Sapadores Florestais”, explicou o responsável, acrescentando que “só, após o alerta, serão mobilizados alguns bombeiros de Sines e dos Concelhos limítrofes”.

O dispositivo vai contar, entre 15 de maio e 15 de outubro, com o empenhamento de 10 corpos de bombeiros da sub-região do Litoral Alentejano, oito equipas de Intervenção Permanente (IP), num total de 40 bombeiros, sete Equipas de Combate a Incêndios e cinco Equipas de Apoio Logístico, num total de 85 bombeiros para a fase inicial.

Na fase mais crítica de fogos, o dispositivo vai contar com 13 Equipas de Combate a Incêndios e seis de Apoio Logístico, perfazendo um total de 117 bombeiros incluindo as Equipas de Intervenção Permanente.

Segundo o responsável, o dispositivo será ainda reforçado “com um meio aéreo, sediado em Grândola, a partir de 01 de junho”.

Durante a cerimónia, o Presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Ludovico, congratulou as várias corporações por mais uma vez dizerem “presente”, mas deixou o alerta que “é preciso renovar, reequipar, reforçar equipamentos e viaturas”.

“Infelizmente o caminho é longo e difícil, mas não vacilamos. Temos uma esperança e convicção inabalável de que podemos ter a estabilidade que merecemos (…) porque no nosso Distrito, na Península de Setúbal e no Alentejo Litoral temos o nosso caminho bem definido: sustentabilidade das nossas Associações, reconhecimento e valorização dos bombeiros, reforço da nossa autonomia e do trabalho em rede”, frisou.

Texto completo “O leme” nº 831 Maio de 2023