ENTREVISTA| Vítor Ferrinho, Presidente da Direção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santo André

“Temos a ferida estancada, agora estamos a tentar que ela se cure”

O novo Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santo André, Vítor Ferrinho, conversou com o jornal “O Leme” sobre a situação financeira da Corporação e os projetos que definiu para o seu mandato.

O Leme – A nova Direção tomou posse em janeiro deste ano. Como encontrou esta casa?

Vítor Ferrinho – Encontramos esta casa com dívidas ao pessoal, à banca e a fornecedores de cerca de meio milhão de euros, incluindo a banca. Temos ordenados em atraso, incluindo horas extras de 2020 e 2021, e quando esta Direção entrou em funções havia cerca de 90 mil euros de salários em atraso.

L – E já conseguiram contornar essa situação?

VF – Temos a ferida estancada, agora estamos a tentar que ela se cure, mas vai demorar o seu tempo. No entanto, desde a nossa tomada de posse até hoje temos pago os ordenados por inteiro, o que não acontecia há vários meses. Esperamos continuar e arranjar maneira de conseguir pagar o que está para trás.

L – Quais são as estratégias?

VF – A estratégia passa por uma aposta na formação, vamos fazer enchimento de piscinas, alugar o salão social e as salas de formação, ou seja tudo o que nos possa dar dinheiro. Temos feito alguns eventos e bailes, mas gostaríamos de seguir um caminho mais profissional porque temos aqui uma corporação bastante profissionalizada e formada.

L – Houve também mudança de Comandante?

VF – Além da mudança da Direção houve também mudanças no Comando, com a entrada do Comandante Tiago Martins, que era o segundo comandante recebeu a promoção há poucos dias. Herdou uma situação difícil porque não é fácil exigir às pessoas que têm o seu ordenado em atraso que trabalhem um pouco mais. Há muitas pessoas que dizem que o Comando tem de estar distante da Direção e vice-versa, mas eu não tenho esse tipo de raciocínio e quando não me der bem com o Comando só tenho uma coisa que é sair. Estamos cá para dirigir, não estou para comandar, mas temos de andar em sintonia.

Entrevista completa  “O Leme” nº 831 – Maio de 2023