Associação de Comerciantes de Santiago do Cacém alerta para dificuldades

A Associação de Comerciantes de Santiago do Cacém alertou para o sufoco em que se encontra o comércio local, em especial a hotelaria e restauração, que sofreu quebras significativas nas receitas, devido à pandemia de covid-19. 

O presidente da Associação de Comerciantes de Santiago do Cacém disse que os seus associados estão a atravessar momentos de grandes dificuldades com muitos estabelecimentos encerrados
devido à pandemia da covid-19.

Segundo Alexandre Matos, a situação “é dramática” estando “mais de 90 por cento” dos estabelecimentos fechados e “com despesas” para pagar.

“O feedback que temos não é muito positivo porque mais de 90 por cento das pessoas têm os estabelecimentos fechados e mesmo com eles fechados as despesas mantém-se, por isso a situação acaba por ser um bocadinho dramática”, avançou.

O responsável pela delegação de Santiago do Cacém da Associação de Comerciantes, que conta com cerca de 300 associados, critica as medidas implementadas para apoiar o setor e defende um apoio direto do Estado que não inclua o recurso à banca.

“Estas medidas que incluem o acesso ao crédito não são as melhores porque nem toda a gente tem essa possibilidade e nem toda a gente vai conseguir suportar esse crédito que, no fundo, será apenas para pagar despesas e manter o negócio, que já atravessa uma fase muito difícil”, adiantou.

No entender do representante dos comerciantes, “precisamos de um apoio direto do Estado em vez dos bancos, que acabam por ir fazer negócio novamente através do apoio do Estado”.

“Mesmo com o ano de carência, previsto neste apoio, acabam por surgir os pagamentos com os juros que provavelmente vão chegar aos 3% ou mais. Depois vamos a ver como é que os negócios vão ser relançados porque não sabemos como é que o consumidor vai reagir, e o desemprego que se vai criar”, alertou.

O setor da hotelaria e da restauração é, no entender do presidente da delegação, o “mais preocupante” admitindo que, em muitos casos, esta pandemia pode levar ao encerramento de muitos negócios.

“No caso da hotelaria e da restauração, principalmente a restauração, com negócios que têm muitos empregados, suportar 2 ou 3 meses, quando saímos de uma época baixa, e serem confrontados com uma situação destas, é para muitos, inevitavelmente, a morte do negócio”,
vaticina.

O responsável fala em “situações muito complicadas” dando igualmente o exemplo de novos empresários com negócios há cerca de 1 ano que “não sabem como suportar as despesas”.

“Há casos de pessoas que abriram negócios há pouco tempo que contraíram empréstimos para abrir o negócio que não têm como suportar estas despesas se esta situação se estender por dois a três meses”, exemplifica.

Nos últimos dias, a delegação da associação de comerciantes de Santiago do Cacém, tem recebido pedidos de esclarecimentos por parte dos seus associados relativamente aos apoios e funcionários “na tentativa de fazerem face às despesas e suportar o negócio”, concluiu.