Opinião: O Papa Francisco e a questão ecológica

Opinião - Joaquim MarquesPor Joaquim Marques,

«Esta irmã (Terra) clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou» (Laudato si, n.º 2).

Passados 50 anos sobre a morte do saudoso Papa João XXIII, a Igreja Católica reconheceu que se impunha regressar à sua mundividência, ao seu “aggiornamento”, à sua simplicidade, bondade e humildade, à sua forma de servir. Por isso elegeu Jorge Bergollio para Bispo de Roma. Sem negar o valor dos outros Papas do período intermediário, reconhece-se que a verdadeira continuação do espírito de João XXIII se verificou neste século, com Francisco.

João XXIII escreveu a Encíclica Pacem in Terris, sobre a Paz no Mundo, em 1961, tendo como motivo próximo a grave crise dos mísseis soviéticos em Cuba e o perigo eminente do desencadear de uma guerra nuclear; curiosamente Francisco desempenhou um importante papel no reatar de relações entre Cuba e os Estados Unidos, meio século depois.

A Encíclica Laudato si é um verdadeiro tratado sobre o comportamento humano em sociedade e no plano individual. Aborda questões a que cientistas e humanistas dão importância fundamental porque reconhecem que nos estamos a dirigir para o precipício, mas que o “poder maior” da finança vai contornando ou mesmo rejeitando liminarmente para que a acumulação, sempre maior, de riqueza não esteja em causa.

Artigo completo na edição em papel de 19 de novembro de 2015, n.º 658