Surfistas querem travar extensão do molhe leste do Porto de Sines

Surf - São Torpes
“O molhe Leste diminui muito o areal e estraga vários surf spots, prejudicando banhistas, surfistas e turistas, bem como a economia e o emprego” |Foto: Ângela Nobre|

Algumas dezenas de surfistas juntaram-se na praia de São Torpes no sábado, 14, em protesto contra a expansão do molhe leste do Porto de Sines, apelando à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para “reprovar” o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que não contempla a “rotação da ondulação”.

Surf - São Torpes
“O molhe Leste diminui muito o areal e estraga vários surf spots, prejudicando
banhistas, surfistas e turistas, bem como a economia e o emprego” |Foto: Ângela Nobre|

“Já que estamos nesta fase de responder ao Estudo de Impacte Ambiental decidimos marcar esta concentração para sensibilizar
a opinião pública sobre a importância da praia, do surf e do ambiente”, disse Pedro Bicudo, da associação SOS – Salvem o Surf.

“Nós não somos contra o Terminal XXI”, fez questão de clarificar. “O problema é o molhe leste que protege o terminal”, apontou. “Este molhe já passou por duas fases, na primeira, ficou com cerca de 1 km e pouco afectou a praia, entretanto na segunda fase já aumentou mais 400 m, já ficou em frente à praia, a areia praticamente desapareceu da metade sul da praia e isto foi algo que já tinhamos previsto que ía acontecer”, acrescentou.

“ Estes molhes muito grandes difractam as ondas, a ondulação é interrompida pelo molhe, roda e ao rodar está a vir mais de sul, é a ondulação típica de inverno, apesar de ter menos altura, que transporta os sedimentos do sul da praia para o noroeste”, esclareceu, preocupado com a redução de areia na praia, que considera ser “mau para os banhistas, para os surfistas e para o turismo”.

Artigo completo na edição em papel de 19 de Fevereiro de 2015, n.º 641