Por Joaquim Marques,
É hoje aceite pela grande maioria dos astrofísicos que o nosso universo começou com uma enorme explosão, há muitos milhões de anos, que foi designada “big bang” (grande explosão).
Porém, para muitos crentes, em particular Judeus e Cristãos, isto ainda representa um problema, porquanto parece contrariar o que está escrito na Bíblia, logo no primeiro capítulo do livro do Génesis.
Durante muito tempo os textos bíblicos eram lidos e interpretados “à letra”, sendo tida como histórica a narrativa da criação em seis dias.
Mas, poderá alguma vez existir contradição entre ciência e fé? A resposta dos cientistas crentes e dos teólogos atuais
é perentoriamente negativa. Se se verificar contradição, uma das duas está a laborar em erro. E erros existiram, veja-se o célebre caso Galileu.
Hoje, porém, são raros os crentes bem informados que lêem os textos bíblicos como se de manuais científicos se tratasse. A estes textos são aplicados os mesmos métodos de crítica histórico-literária que a qualquer outro texto antigo. São tidos em conta não só a intenção do autor (neste caso, se está a fazer ciência ou teologia) mas também o
tempo e lugar em que foi escrito, o género literário que o autor utiliza, influências de outros povos e culturas, etc.
Artigo completo na edição em papel de 20 de Novembro de 2014, n.º 635