Opinião: Reciclar. Valerá mesmo a pena?

Opinião - Joaquim Marques

Opinião - Joaquim MarquesPor Joaquim Marques,

Tenho ouvido as mais variadas desculpas para não dar importância à reciclagem de produtos que usamos e deitamos fora: “é para nos atirar poeira para os olhos que fazem os ecopontos; depois vai tudo parar ao mesmo aterro”; “não há ecopontos suficientes ou estão longe da minha habitação”; “isso não corresponde a nenhuma necessidade, é mero entretenimento de ambientalistas” etc., etc..

Já aqui me referi à Encíclica do nosso querido Papa Francisco – “Laudato si”, sobre o cuidado com a natureza, a casa comum do Homem. Embora esta não o especifique explicitamente, paira nos seu contexto que esta indiferença representa um dos graves “pecados da modernidade”.

Se isto não me preocupa e eu não quero andar 100 metros para depositar materiais recicláveis no Ecoponto, eu necessito de reformular o meu conceito de pecado e de cidadania se sou cristão e, pelo menos o meu conceito de cidadania, se sou agnóstico ou ateu. Todos os dias fico perplexo quando vou depositar o lixo não reciclável no respetivo contentor e me deparo com imenso material reciclável aí depositado. Até já afixei um cartaz nesse contentor informando que há um ecoponto a menos de 100 metros de distância. Se existem coisas que o cidadão, individualmente, não consegue fazer, há outras que estão perfeitamente ao seu alcance.

O lixo que leva anos ou séculos a decompor-se, como os plásticos, é um problema que deixamos às gerações futuras, de gravidade ainda não completamente identificável. E não é apenas o que estamos a enviar para os aterros sanitários, que se transformarão em montanhas inertes e poluidoras. Nas florestas, nas praias, ao longo dos caminhos, todos os dias nos deparamos com lixo que clama contra quem manifesta esta total falta de civismo e atenção aos outros

O artigo completo pode ser lido na edição em papel de 23 de fevereiro de 2017, n.º 687