Junho: a porta do Verão

Abílio Raposo
Diretor

Abílio Raposo

Por Abílio Raposo, director

Estamos mesmo a começar mais um verão. Várias preocupações começam a surgir no pensamento de muitos de nós, a principal delas são os incêndios que todos os anos dizimam centenas de hectares de florestas e vidas humanas. 

Quando penso que a soberba humana e os interesses económicos podem destruir o nosso habitat e a nossa vida, tenho a tendência de olhar para os povos longínquos onde decorrem guerras ou países que vivem em ditaduras ou ainda povos onde irmão luta contra irmão. Mas não é preciso ir muito longe. Aqui mesmo na nossa porta estão destruindo a nossa vida e aquilo que temos de muito precioso, que são as nossas florestas.

No ano passado assistimos a crimes hediondos. Matas que foram incendiadas por “mão criminosa” e tiveram que ir os Bombeiros apagar esses fogos. Homens que deixaram as suas casas e o conforto do seu lar para ir, gratuitamente, apagar fotos que outros atearam. Não basta já aqueles que acontecem por causa do calor.

Será que as pessoas já pensaram bem quem são estes homens vestidos de vermelho que deixam o conforto das suas casas e partem para lutar contra um inimigo feroz que se chama fogo?

Será que já pensámos bem que se estes homens deixarem de fazer o que fazem podemos correr o risco de ser completamente destruídos ou mesmo dizimados?

Eu fico muito preocupado quando vejo uma corporação de Bombeiros a viver com grandes dificuldades económicas, onde por vezes nem quase existe dinheiro para combustível. É necessário que comecemos a olhar para as corporações de Bombeiros com outros olhos. È necessário que o Estado olhe para os Bombeiros como Amigos do Estado e do Povo e não como mais uma associação que vive de subsídios.

O artigo completo na edição em papel de 20 de Junho de 2014, n.º 626