Federação de Setúbal defende carreira de bombeiros profissionais nas Associações Humanitárias

Helga Nobre

A Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, pretende avançar com uma proposta para a criação da carreira de bombeiros profissionais nas Associações Humanitárias.

De acordo com o Presidente da Federação, João Ludovico, vai ser criado um grupo de trabalho que irá avançar com uma proposta que será submetida ao Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

“Queremos apresentar [também] a nossa proposta no Conselho Nacional da LBP para termos mais um documento de trabalho para apresentar ao Governo a proposta final para a [criação] da carreira dos bombeiros profissionais dentro das associações humanitárias”, explicou o presidente da federação, João Ludovico.

A proposta deste organismo irá incluir aspetos da carreira voluntária “mas também aquilo que são as funções dos bombeiros profissionais”, explicou João Ludovico.

O grupo de trabalho, aprovado na Assembleia geral da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, que se realizou no sábado, irá envolver Presidentes e Comandantes das Corporações do Distrito.

“Se tivermos unanimidade ou a maioria das federadas a aprovar a nossa proposta do tivermos condições financeiras para o fazer podemos ser até pioneiros na implementação deste projeto ao nível do Distrito”, precisou.

O Presidente da Federação adiantou ainda que há um conjunto de propostas para a sustentabilidade das Associações que defendem um contrato-programa que, entre outros aspetos, “traduz o que é a realidade territorial”.

“Um contrato-programa no Cercal não pode ser igual ao do Seixal, não faz qualquer sentido e hoje a Lei do Financiamento que existe, além de ser insuficiente, é igual para todos. Quem ganha mais continua a ganhar mais, mesmo com o reforço do Orçamento do Estado, e quem tem um défice enorme, continua a receber menos”, defendeu.

No entender de João Ludovico, a criação de uma carreira profissional nas Associações e a sustentabilidade das Associações poderão ser benéficas na atração de recursos humanos para esta área.

“Vamos conseguir manter os profissionais que temos e aumentar os recursos que precisamos porque, neste momento, estamos a competir com empresas do setor privado que podem oferecer melhores condições aos nossos bombeiros. Como as Associações têm uma sustentabilidade muito intermitente não conseguem suportar estes valores e por isso procuramos esta solução o mais rapidamente possível”, sublinhou.

Leme 833 – Junho de 2023