Acidente de trabalho na Repsol tira a  vida a dois homens de nacionalidade brasileira

Helga Nobre

Dois homens de 21 e 37 anos morreram, no dia 12 deste mês, num acidente de trabalho na fábrica da Repsol Polímeros, em Sines, ao caírem de uma estrutura com “uma altura de mais de 30 metros”, disse fonte das autoridades. A empresa abriu uma investigação.

Segundo fonte da GNR, os dois trabalhadores, de nacionalidade brasileira, caíram de uma estrutura com 36 metros de altura.

Para o local foi mobilizada uma equipa de inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para proceder às necessárias averiguações e apuramento das causas do acidente.

Foram mobilizados 13 operacionais, apoiados por seis veículos, entre meios dos bombeiros, GNR e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Poucas horas depois do acidente, em comunicado, a empresa avançou que abriu uma investigação para apurar as causas da morte dos dois trabalhadores e lamentou o sucedido.

Na mesma nota, a empresa explicou que os dois trabalhadores, de nacionalidade brasileira, pertenciam a uma empresa prestadora de serviços, tendo o acidente ocorrido durante os trabalhos de desmontagem de um andaime.

A Repsol “lamenta profundamente o sucedido e está em contato permanente com a empresa prestadora de serviços para oferecer todo o seu apoio”, avançou, acrescentando que “abriu uma investigação para encontrar as causas do acidente”.

Também em comunicado, três dias após o acidente fatal, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul) disse que se tratou de “um acidente gravíssimo que revela uma falha grosseira de segurança”.

E exigiu “que sejam apuradas e retiradas todas as responsabilidades e consequências, das quais a Repsol não poderá fugir”.

Aquela estrutura sindical considerou que “a morte de qualquer trabalhador no seu local de trabalho é uma tragédia sem nome e não pode de maneira nenhuma passar em branco”.

“Não adianta de muito alegar que se trata de trabalhadores por conta de um prestador de serviço, pois certamente chegar-se-á à conclusão de que se tratará de trabalhadores contratados por uma empresa de trabalho temporário cedidos a um prestador de serviços que por sua vez écontratado pela Repsol”, argumentou.

Para o SITE Sul “trata-se da cadeia habitual de precariedade e de exploração de milhares de trabalhadores do Complexo Industrial de Sines, onde os baixos salários existem”.

Por isso, o sindicato anunciou que vai “solicitar explicações à Repsol sobre o acidente ocorrido” e colocou-se “ao dispor das famílias dos trabalhadores falecidos para auxiliar na resolução de toda a tramitação legal”.

Leme 848 /site

Fev2024