Helga Nobre
As estruturas do Bloco de Esquerda (BE) no Litoral Alentejano reivindicaram mais transparência na gestão das verbas do Fundo de Transição Justa atribuídas à região do Litoral Alentejano para fazer face ao encerramento da Central Termoelétrica de Sines.
Em comunicado, o BE reivindicou uma maior “transparência na discussão e gestão dos cerca de 98 milhões de euros e defendeu que o processo deve contar com a participação das organizações representativas dos trabalhadores e das associações ambientalistas”.
No entender das estruturas do Bloco de Esquerda, o Fundo para a Transição Justa deve dar “prioridade a novos empregos e sem perda de rendimentos, para os trabalhadores afetados pelo encerramento da Central Termoelétrica de Sines”.
“Deve apoiar exclusivamente projetos e indústrias ambientalmente limpas e sob controlo público, designadamente na produção pública de energia renovável e mobilidade suave de gestão municipal”, lê-se no comunicado.
No documento, o BE lembrou que, após o anúncio do montante que a região vai receber no âmbito do Fundo para a Transição Justa, questionou a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) sobre a aplicação e o destino das verbas que, por sua vez, remeteu para o Ministério e a CCDR-Alentejo.
“Mas, poucos dias depois, a mesma CIMAL aparece na cerimónia de instalação de um Observatório para a Transição Justa do Alentejo Litoral, que decorreu à porta fechada: Governo, Autarquias, grandes empresas da região, representantes dos setores da agricultura e turismo, os mesmos que nos têm conduzido à crise social e ecológica que enfrentamos”, referem.
No mesmo documento, o BE acusou a CIMAL de mentir “deliberadamente para, em nome da Transição Justa, alinhar na distribuição de milhões de euros sem qualquer transparência”.
“O que o Governo e as Autarquias (PS/CDU), de mãos dadas com os poderosos da região, nos apresentam é uma mão cheia de nada, um embuste, uma falsa transição que irá submeter-se às imposições da União Europeia na promoção do capitalismo “verde”. Quem aqui vive e trabalha é “varrido” para debaixo do tapete” consideraram.
Leme 838 /Site