Misericórdia procura apoio do tecido empresarial para avançar com Lar em Santo André

Helga Nobre

A Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém precisa de apoios financeiros para avançar com a construção da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) Padre Manuel Malvar, em Vila Nova de Santo André, um investimento de 4,3 milhões de euros.

Com um custo inicial de 3,5 milhões de euros, o caderno de encargos do projeto “Residências do Pinhal II” sofreu alterações, devido “à crise e à inflação”, passando agora a custar 4,3 milhões de euros, anunciou o Provedor da Misericórdia de Santiago do Cacém, Jorge Nunes, durante uma sessão de apresentação do projeto ao tecido empresarial.

“A candidatura inicial era de 3,5 milhões de euros, mas entretanto apareceu a crise que parou o projeto. Há cerca de dois meses lançámos o concurso para a sua construção, mas entretanto retiramos porque a inflação disparou e fizemos uma nova avaliação do projeto que resultou num valor de 4,3 milhões de euros”, explicou o responsável.

Com este acréscimo de mais de 800 mil euros à candidatura inicial, que conta com uma comparticipação da Segurança Social de 1,9 milhões de euros, os responsáveis reconhecem que ficaram “de pernas atadas” para conseguir concretizar o projeto.

No entanto, segundo Jorge Nunes, a Instituição foi informada que poderá beneficiar de mais “10%” da comparticipação financeira da Segurança Social se, até ao próximo mês de junho, der início às obras ou até tirar a licença de construção”.

Por isso, Jorge Nunes, defende ser “importante o apoio financeiro do tecido empresarial a unidades de caráter social”, considerando tratar-se de “uma obrigação social das empresas”.

“O equipamento terá capacidade para 60 utentes e terá um espaço para um Centro de Dia com capacidade para mais 20 utentes, além de um outro espaço para apoio domiciliário e quatro salas de convívio distribuídas pelo edifício para garantir o conforto dos idosos”, acrescentou.

Segundo o responsável, a população de Santo André “necessita desta resposta e também da ajuda das mais diversas entidades”.

“Já temos em lista de espera mais de 50 utentes”, revelou Jorge Nunes que aos jornalistas garantiu que a obra só arranca “quando existirem condições financeiras que permitam avançar com a abertura do concurso”.

“Não posso endividar mais a Misericórdia para além do valor que temos, portanto vamos aguardar a contar com a boa vontade das entidades, empresas e pessoas e estou convicto que isso vai surgir”, concluiu.

Por seu lado, o Presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, explicou que “o Município além de ceder o terreno para a construção do futuro equipamento está disponível para dar um apoio financeiro à Misericórdia”.

E defendeu que as grandes empresas “devem ter uma responsabilidade social nas áreas sociais”.

“Os trabalhadores que entretanto são reformados dessas grandes empresas podem ter aqui uma resposta que, caso este lar não se concretize, deixam de ter”, lembrou.