António Costa inaugurou em Sines cabo submarino ‘EllaLink

O Primeiro-Ministro, António Costa, considerou que o cabo ótico submarino ‘EllaLink’, que liga a Europa à América do Sul, é “da maior importância estratégica” para a Europa e para Portugal.


Na cerimónia de inauguração do cabo ótico submarino ‘EllaLink’, que decorreu em Sines, no passado dia 01 de junho, António Costa disse que é este posicionamento que “faz a diferença de Portugal na Europa”.


A posição geográfica “fez de nós no passado, faz de nós hoje e fará de nós no futuro algo que é muito importante, que é sermos uma porta de entrada, um ponto de ligação, uma ponte, um ponto de amarração entre a Europa e os outros continentes”, disse o Chefe do Governo.


“É podermos fazer esta ligação e esta abertura da Europa aos outros Continentes. Podemo-lo fazer pela história, pela língua, pela cultura, mas, agora, também o podemos fazer fisicamente, através deste cabo”, vincou.
Por isso, segundo o Primeiro-Ministro, o investimento privado efetuado pela EllaLink, “é da maior importância estratégia para o conjunto da Europa, mas também para Portugal e, seguramente, para Sines”.


Além do megacentro de armazenamento de dados informáticos que vai “nascer” em Sines, da empresa start campus, o ‘Sines 4.0’, o Primeiro-Ministro garantiu que Sines vai beneficiar de outros projetos.


“Sabemos que outros cabos vêm a caminho e outros ‘data centers’ vêm a caminho. Isso significará que Sines vai ser, não só um grande porto de mercadorias físicas, mas também um grande porto de dados e do conhecimento”, destacou.


Na inauguração do ‘EllaLink’, cerimónia integrada no evento “Leading the Digital Decade”, coorganizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) e pela Comissão Europeia, António Costa considerou que a ligação deste cabo em Sines, onde fica amarrado, ligando a Fortaleza (no Brasil), “é muito importante e simbólica para um país como Portugal”.


“Não é por acaso que foi daqui que se iniciou a primeira era da globalização”, que Sines “é um dos maiores Portos da União Europeia” e “o ponto de amarração do lado europeu deste cabo que atravessa o Atlântico”, realçou Costa.
Ministros de Portugal e Brasil consideram que cabo submarino é inovador


Para o Ministro português de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, trata-se de “uma iniciativa inovadora e que marca bem a aposta que a UE está a fazer para liderar, na próxima década, a economia e a sociedade digital no mundo”.

“Esta é uma iniciativa inovadora, é uma iniciativa que marca bem a aposta que a União europeia está a fazer para liderar na próxima década a economia e a sociedade digital no mundo, de uma forma que aposte na qualificação dos Europeus, na capacitação das nossas empresas, na digitalização das nossa administração pública, mas de uma forma também aberta ao mundo e cada vez mais interconectada”, destacou.


Além de salientar “a importância da presença de tecnologia portuguesa no desenvolvimento da arquitetura tecnológica da estação de amarração na cidade do Litoral Alentejano, Siza Vieira assinalou que o cabo vai “permitir o desenvolvimento de negócios e de novos modelos de desenvolvimento da economia digital”.


“É uma infraestrutura indispensável para podermos continuar a crescer na nova economia digital e de dados. A possibilidade de termos infraestruturas na Europa, mas também ligando a Europa ao resto do mundo, que permitam a transmissão de dados em grande velocidade e com o mínimo de latência, possibilita o funcionamento de negócios, o desenvolvimento da investigação científica, nos próximos tempos, aproveitando as tecnologias digitais”, acrescentou.


E “era uma infraestrutura fundamental para assegurarmos a cooperação científica e a cooperação tecnológica entre os dois continentes”, a Europa, através de Portugal, e a América, neste caso a América do Sul, através do Brasil.
Por seu lado, o Ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, considerou tratar-se de “um dia muito feliz, pelo estabelecimento desta conexão física” entre o seu país e Portugal.


E manifestou-se seguro de que o cabo submarino de dados “vai dar muitos frutos nos próximos 25 anos, permitindo um maior desenvolvimento entre todos estes países envolvidos”.
“Seja através da conexão digital, seja através da ciência, da tecnologia e das inovações” que a infraestrutura vai possibilitar, através do tráfego de dados, afirmou.


Autarca de Sines diz que foi dado “passo muito importante” com lançamento do cabo submarino EllaLink
O Presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, disse que foi dado “um passo muito importante”, com o lançamento do cabo ótico submarino ‘EllaLink’, com seis mil quilómetros, pelo Oceano Atlântico, para o desenvolvimento da região e do país.


“Sines teve aqui um papel de destaque com a inauguração formal do cabo submarino, que liga Sines a Fortaleza, no Brasil. É de facto um passo muito importante quer do ponto de vista do desenvolvimento da região, como do desenvolvimento do país”, disse, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia.

O Autarca mostrou-se convicto que, no futuro, Sines estará apto para trabalhar “não só com a EllaLink como com outros cabos submarinos, potenciando aquilo que já é uma realidade deste novo cluster que vamos ter em Sines”.
Isto é, além do projeto Sines 4.0, que foi apresentado recentemente,“a instalação de novos data centers, e outros projetos que como disse o CEO da EllaLink, Filipe Dumont, que espera que nos próximos 20 anos Sines possa ser uma cidade com uma dinâmica na área digital completamente diferente”.


“Este foi o primeiro passo e estamos a trabalhar com vários promotores e várias empresas, no sentido de, no futuro, vir a apresentar outros grandes investimentos nesta área que certamente mudarão a face desta cidade e desta região nos próximos anos”, concluiu.


O ‘EllaLink’, que constitui a primeira ligação direta de alta velocidade por cabo submarino entre a Europa e a América do Sul, é considerado pela presidência portuguesa do Conselho da UE “uma infraestrutura essencial para a interconexão digital e a transmissão de dados entre os dois continentes”.
O evento “Leading the Digital Decade”, coorganizado pela Presidência Portuguesa e pela Comissão Europeia, contou com a participação de representantes de “vários Estados-membros da UE, do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, além de representantes do setor privado e da sociedade civil”.