Temos um governo que adoptou uma política completamente contrária ao que prometeu antes das eleições.
Em nome da austeridade, pretensamente para fazer face a uma dívida de que não somos responsáveis, empobreceram-nos, cortaram salários e pensões, agravaram as condições de acesso à saúde, à educação e à protecção social, agravaram o desemprego, aumentaram a pobreza, forçaram os jovens à emigração… e, no entanto, a dívida continua a aumentar.
Na Grécia, o povo passando por tudo isso em níveis porventura ainda piores do que aqueles que sofremos, traduziu todo o seu
descontentamento nas eleições de Janeiro que deram uma vitória expressiva ao Syrisa, um partido de esquerda que se apresentou contra as políticas de austeridade.
Perguntar-se-á, que interesse pode ter o que se passa numa Grécia distante para os leitores deste jornal local?
Poderíamos sempre recorrer a uma frase célebre de um tal Sócrates, o grego evidentemente, que no remoto século V a.C., dizia “Não sou grego nem ateniense, mas um cidadão do mundo”, o que, sendo verdade, não esgota a importância da situação grega aqui e agora.
Artigo completo na edição em papel de 21 de Maio de 2015, n.º 647