Venha daí esse bebé (luso)carioca

Susana Lage - Coisas de Emigrante

Susana Lage - Coisas de EmigrantePor Susana Lage, no Brasil

Se a vida de Zé Emigra desta família já tinha algumas peripécias no seu dia-adia no Rio de Janeiro, em breve vai ficar ainda mais ‘incrementada’ com a chegada de um novo membro. Começa logo com a saga implacável para encontrar um médico que faça um parto normal. Em cinco meses de gravidez já mudei de obstetra quatro vezes!

Ou porque o especialista diz que não posso engordar mais de nove quilos a gravidez toda ou porque fala bem de mais da cesariana.

Não sei se sabem mas o Brasil tem o mais alto índice de cesarianas do planeta, são cerca de 80% dos partos em hospitais particulares (que equivalem aos nossos públicos em termos de qualidade). Já na rede pública a percentagem é de 40, muito acima dos 15% considerados razoáveis de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

A questão aqui é que se torna mais prático para médico e paciente fazer uma cirurgia de uma hora do que dedicar 12 horas a um trabalho de parto – pelo qual, aliás, o médico recebe menos –, cancelando  um dia inteiro de consultas.

Também muitas gestantes vêem na cirurgia menos dor e mais segurança pois nos hospitais privados não há profissionais especializados de plantão 24 horas, tudo tem de ser agendado.

Artigo completo na edição em papel de 05 de Março de 2015, n.º 642

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