A mulher que sofre

Ainda na continuidade da reflexão sobre o dia da mulher, é necessário ainda olhar para a situação da sua relação com a própria família ou aqueles que lhe são próximos e que resulta muitas vezes em violência doméstica. Esta situação sempre existiu, em todos os tempos. Não é novidade de hoje a existência de agressões contra a mulher provocadas por aqueles que lhe são mais próximos; tanto o esposo como os filhos. Sabemos que muitas vezes a própria mulher esconde com vergonha que é maltratadas pelos seus. Aqueles que a devia proteger no seu dia a dia, são aqueles que agora a maltratam. A violência doméstica não é só física, ela é também psicológica. Na maior parte das vezes a pressão psicológica esta a superar a física. Quando questionadas sobre a violência que sofrem as mulheres muitas vezes dizem: “o meu marido trata-me bem.” “Ele cuida de mim.”, “Ele trabalha muito.”, “Ele sustenta a casa e vem cansado.”, “e eu não entendo isso”. A mulher ainda por cima desculpa o marido quando ele a trata mal, culpabilizando-se de alguma agressividade dele. Outro fator importante hoje é a violência doméstica sobre as mulheres idosas que na maior parte das vezes vem do cuidador. Algumas sofrem em segredo e sem possibilidade de encontrar quem as defenda, muitas vezes viúvas que ficam sobre o cuidado dos filhos ou de outro cuidador. Cada vez mais casos destes acontecem na nossa sociedade. Vamos despertar para este fenómeno que está a surgir da surdina. Começa a brotar do silêncio um grito que vai chegando a sociedade. Estejamos atentos à nossa vizinha ou vizinho que sofre no silêncio. Podemos fazer a diferença. Existem instituições que protegem a mulher de todo o tipo de violência. Denuncie!

 

20/03/2024

                                                                                              Abílio Raposo