O trabalho caiu na mesa do jornalista, tendo por tema uma história de superação pessoal ocorrida na nossa família ‘santoandrense’ e que, no entender da redação do jornal, merecia ser divulgada.
E merecia. Contactados os intervenientes, agendada uma entrevista a realizar na nossa redação, e lá partimos à descoberta de um ato desportivo, de uma Associação recém-criada, e que atualmente está sediada em Vila Nova de Santo André, a ADPALA – Associação de Patinagem Artística do Litoral Alentejano.
Uma das suas mentoras, a Ana Silva, começou por nos esclarecer o porquê do surgimento desta Associação: “Pretendemos criar um clube nesta região, que recebesse todos aqueles que quisessem praticar patinagem artística, sem olhar aos diferentes constrangimentos a que a prática desta modalidade por vezes acarreta, digamos abrir esta modalidade mais à sociedade”.
E lá prosseguiu a nossa entrevistada: “Foi numa sessão de treinos, que nos surgiu a Joana Tavares, uma jovem portadora de algumas condições físicas, que à partida poderiam inviabilizar a sua aprendizagem, mas mostrando interesse numa possível prática da modalidade, o que de imediato recebeu a aprovação das pessoas que superintendem na Associação. Aqui poder-se-á falar numa luta contra o tempo e a adversidade, que mobilizou todos intervenientes da Associação, uma vez que até os patins tiveram de ser inicialmente adaptados às dificuldades motoras de que a Joana é portadora, e até o sistema de ensino adotado não foi o convencional, tendo-se conseguido que num breve espaço de cinco meses, a nossa atleta, entretanto federada, pudesse participar numa prova da Associação de Patinagem de Setúbal”.
Havia que dar voz à atleta e aqui surgiu a sacramental pergunta que se faz a uma estreante: “Joana antes de iniciares a prova, o que sentiste?”
“Nervos, ansiedade, mas depois quando tive de cumprir o esquema, a coisa foi acalmando e depois o público apoiou-me ao máximo ao ponto de me comover. Foi lindo!”.
Foi com toda esta simplicidade de quem, sabendo ter ultrapassado mais uma etapa, uma difícil etapa acrescentaremos, da sua existência, que a Joana nos exibiu a medalha que lhe foi atribuída nesta participação desportiva, e que na sua entrega, teve um simbolismo muito especial: “A medalha foi-me entregue pelo João Cruz, campeão Europeu e de quem sou amiga e uma fã muito especial”.
Esta bonita história, foi originada no seio da ADPALA, por um grupo de pessoas sensibilizadas para as temáticas sociais que as envolvem e amantes da patinagem, uma Associação que conta atualmente com 43 patinadores no ativo, espalhados pelos escalões etários dos 21 meses aos 26 anos e que conta com uma vice-campeã nacional em figuras obrigatórias e com duas atletas dos escalões ‘infantil’ e ‘iniciada’, já selecionadas para participarem na próxima Taça de Portugal em Patinagem Artística.
Caso o leitor esteja interessado em ver o trabalho desenvolvido por esta Associação, informamos que ela está sediada na Escola Secundária Padre António Macedo e que os diferentes treinos se realizam, de segunda a sexta-feira, ao final de cada dia nos ginásios daquele Estabelecimento de Ensino.
Apareça e transmita o seu apoio aos primeiros passos desta nova Associação.
José Manuel Claro
lEME 841