As pessoas em primeiro lugar

 Estamos a chegar mais uma vez ao fim do ano civil, e com ele vem também o que se chama o Orçamento Geral do Estado. E isto faz-me lembrar um velho ditado que diz: “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. Mas até pelo que nos é demonstrado pelas Finanças públicas, não será bem assim. Pelos vistos não existe falta de pão, pois temos superavit que resulta de uma maior receita, e de uma despesa menor que se previa no Orçamento Geral. Logo existe uma possibilidade do País para fazer mais e melhor por aqueles que mais precisam. Não só no campo social, mas também no incentivo ao mundo empresarial. No que concerne às Instituições de Solidariedade Social é necessário um apoio bem maior para fazer face aquilo que são as necessidades das crianças e dos idosos. As Instituições de Solidariedade Social vivem para os seus utentes, com o pessoal contratado e especializado para cuidar dos que mais precisam, sem olhar para a sua condição social ou económica. Ninguém deve ser colocado de lado por não ter meios económicos. Estas Instituições fazem um trabalho muito além daquele que por vezes é contratado para poder ajudar e apoiar as pessoas. Mas para isso é necessário que o Estado faça a sua parte ajudando estas Instituições. Neste momento existe uma sobrecarga económica muito grande sobre elas, que com a justa subida do Ordenado Mínimo não vão conseguindo suportar as despesas. O apoio Estatal fica aquém do necessário. Se não houver um apoio maior a estas Instituições, muitas terão de fechar as portas e muitos utentes ficarão sem apoio, mesmo até casas de jovens. Os famosos Cuidados Continuados estão também atravessando um período muito conturbado economicamente. Se não houver da parte do estado um apoio maior, muitas famílias não terão quem lhes fique a tomar conta dos seus idosos e doentes. Muitas terão de fechar portas e muitos técnicos e especialistas irão para o desemprego. Estas Instituições devem ser uma prioridade para um Governo que se diz de cariz Social. Em que as pessoas vêm primeiro. Que o próximo Orçamento de Estado seja mais solidário e social.

 

05/10/2023

                                                                                             Abílio Raposo