Regresso às aulas

Fátima Moita

O fim das férias do Verão e a chegada de Setembro assinalam o início de mais um ano lectivo. Os pais têm de volta as preocupações e dores de cabeça. Além dos preços dos livros e as infindáveis despesas escolares.

Para os mais novos, há a oportunidade de rever os colegas e a alegria do cheiro a novo dos livros e cadernos. Alguns alunos entram na escola pela primeira vez, outros entram em novas fases de ensino, enchendo rapidamente salas e corredores de vozes entusiasmadas. Como no resto do País, as escolas da Região abriram as portas, entre os dias 12 e 15 de Setembro, para receber as crianças e adolescentes para um novo ano lectivo que começa com os mesmos problemas do ano anterior, o descontentamento dos professores com a falta de respostas do Governo, agendando novas greves.

Receção

No Agrupamento de Escolas de Sines-AES, no dia 13 de Setembro, estava tudo a postos para receber 1400 alunos, distribuídos por cinco escolas, desde a educação pré-escolar aos 1º, 2º e 3º ciclos.

O Agrupamento de Escolas do Cercal-AEC, começou o ano letivo com 275 alunos do Pré-escolar ao 9º ano, no dia 13 de setembro com a receção à Comunidade em que foram prestadas algumas informações sobre o início do ano letivo e a entrega dos prémios de Mérito entre outros prémios. Neste Agrupamento tem havido um aumento de alunos de ano para ano.

Em Santiago do Cacém o Agrupamento de Escolas (AESC), o ano letivo teve início sem grandes sobressaltos. Relativamente à população escolar, o AESC acompanhou a tendência de outros Agrupamentos, com um aumento de cerca de 6% em comparação ao ano letivo anterior.

O Agrupamento de Escolas de Alvalade-AEA, deu as boas vindas a 411 alunos, dos quais 29 são estrangeiros oriundos de outros países (Brasil, Bangladesh, Índia, Nepal, Países Baixos, Ucrânia, Roménia, Venezuela, no dia 15 de Setembro, os docentes que tinham a primeira aula com os alunos, receberam-nos e deram-lhes as informações pertinentes neste momento. De realçar que este Agrupamento tem mais alunos oriundos de Ermidas Sado e houve a necessidade de solicitar dois autocarros para que todos consigam ser transportados em segurança.

Na Escola Secundária Poeta Al Berto, o início do ano letivo está a correr bastante bem, estão matriculados 670 alunos, denotando-se um acréscimo de alunos na escola em relação ao ano anterior.

No CENFIM-Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, o inicio do ano, para 300 formandos em cursos de média e longa duração de várias tipologia. Neste estabelecimento houve um aumento de formandos, devido à procura de cursos de curta duração e formação técnica especializada.

Recursos humanos

Quanto a recursos humanos, o problema continua o mesmo de sempre, a falta de pessoal. Segundo Bernadette Almeida, Directora do AES, “estão em falta docentes, com especial incidência para substituir docentes. Quanto ao pessoal não docente está tudo garantido e dentro dos rácios estipulados”.

No AEC neste momento faltam dois docentes, Tiago Canhoto, Diretor deste Agrupamento refere “falta um docente para substituição no 1º ciclo e um para lecionar a disciplina de Espanhol. Relativamente ao pessoal não docente, ainda nos falta um assistente por colocar, mas penso que a curto prazo a situação será resolvida”.

No AESC, o problema repete-se e Raquel Carrilho, Diretora do AESC diz “persiste a necessidade de preencher cinco vagas de professores”. No que respeita ao pessoal não docente, “apesar desta ser uma área que fica sempre aquém das necessidades reais, o Município fez um esforço para se cumprir com o rácio”.

Em Alvalade neste momento faltam colocar dois docentes “temos em seleção o candidato para exercer as funções de Psicólogo. Relativamente ao pessoal não docente fazem sempre falta mais assistentes operacionais uma vez que temos alunos que necessitam de acompanhamento a tempo inteiro”, diz Alexandra Gonçalves, Diretora do AEA.

Paula Lopes, Diretora da Escola Secundária Poeta Al Berto, refere “infelizmente ainda não estão colocados todos os docentes, está a ser difícil a colocação de docentes nos horários vagos embora não sejam muitos. No que concerne ao pessoal não docente aguardamos a colocação de funcionários por parte da Câmara Municipal de Sines”.

No CENFIM , segundo Genrosa Brito, Coordenadora do Centro,  conseguir todos os formadores necessários das várias áreas técnicas para os vários horários “é uma tarefa muito difícil,  o esforço tem sido enorme, sendo fator relevante, neste esforço, o fato de o  Centro ser uma Instituição de nível nacional, com uma base de dados relevante neste domínio”.

Dificuldades

A diminuição do número de horas do crédito horário e a falta de professores são as algumas das dificuldades da maioria dos Estabelecimentos de Ensino. Para a Diretora do AES, “a colocação e substituição de docentes e falta de crédito horário disponível para implementar as ações para os alunos/turmas, promotoras de sucesso” são algumas das dificuldades.

Também no AEC a situação é parecida, Tiago Canhoto, refere “a diminuição abrupta do crédito horário disponível que influencia a atribuição de apoios aos alunos com maiores dificuldades e aos alunos com medidas nos processos educativos individuais “.

Raquel Carrilho do AESC, diz que uma das dificuldades tem a ver com “a diminuição do número de horas do crédito horário, uma vez que a conjugação desse fator com a necessidade de redução de carga horária por parte do corpo docente, implica um esforço adicional de todos em prol do sucesso dos nossos alunos. Por outro lado, o aumento da população escolar, que levou a que muitas turmas iniciassem o ano letivo já no limite da sua capacidade”.

No AEA, a maior dificuldade prende-se com o facto de não ter sido atribuído o meio horário de psicólogo, o que “vai dificultar o acompanhamento e/ou as avaliações psicológicas de muitos alunos, assim como a não colocação de um terceiro docente do grupo 910”. Outra questão prende-se com a necessidade de reformular o conjunto de documentos orientadores e a construção de novos planos de recuperação de aprendizagens”, diz Alexandra Gonçalves.

Na ESPA a maior dificuldade prende-se com a colocação de professores.

Uma das dificuldades do CENFIM prende-se  com a cooperação entre o Centro e as Escolas “gostaríamos que houvesse, uma maior cooperação entre o CENFIM e as Escolas da região, por forma a que os alunos, pudessem optar for formações técnicas profissionalizantes, recorrendo a metodologias formativas altamente praticas, com saídas profissionais afins do meio industrial, que dá especificidade à economia da região” explica a Coordenadora.

Novidades

O Agrupamento de Escolas de Sines iniciou o ano letivo com a realização de uma Conferência Nacional do Projeto ERASMUS + CoTIC – Collaborative Teaching In The Inclusive Classroom que desenvolveu  ao longo de dois anos com parceiros Europeus, no dia 12 de setembro de 2023, no Centro de Artes de Sines, destinada a todos os agentes educativos (docentes, não docentes, famílias). “Uma iniciativa excelente, para a partilha do trabalho desenvolvido, no âmbito do trabalho colaborativo para a promoção do sucesso dos alunos, no 1º ciclo” explica a Diretora do AES, Bernardette Almeida.

No AEA a novidade é a requalificação da Biblioteca Escolar e a implementação de um Gabinete de estudo e do Clube de Ciência Viva.

“A reorganização do tempo escolar em regime de semestralidade, o Programa Erasmus, programa europeu que apoia a educação e a formação e a inauguração do espaço de Centro de Apoio à Aprendizagem”, são algumas das novidades nesta Escola, diz Paula Lopes.

O CENFIM irá lançar em breve formações novas no âmbito das Energias Renováveis –  painéis solares,  bem como “proceder ao aprofundamento, do ponto de vista das metodologias pedagógicas e do investimento tecnológico, nas áreas-chave em que já operamos como é o caso da Soldadura, Mecatrónica, Comando Numérico Computorizado, Segurança, entre outros” relata Generosa Brito.

Mensagens

Bernardette Almeida, do AES – “uma Escola de Todos e com Todos para uma aprendizagem integral e humanista”.

Raquel Carrilho do AESC  – “a Comunidade Educativa está unida na procura de estratégias para enfrentar os desafios e assegurar que todos os alunos tenham oportunidades igualitárias de aprendizagem ao longo do ano lectivo”.

Alexandra Gonçalves do AEA  – “a importância do envolvimento de todos os elementos da comunidade escolar (alunos, docentes, não docentes, pais e encarregados de educação, Câmara Municipal e Juntas de Freguesia assim como outras Instituições parceiras, de forma a trabalharmos todos no mesmo sentido para conduzirmos os nossos alunos a percorrerem o caminho do sucesso escolar.”

Paula Lopes da ESPA –  Gostaria apenas de reforçar o esforço que tem sido feito na articulação com o meio envolvente que tão importante se tem revelado, assim como o bom ambiente vivido e sentido na escola.

Generosa Brito, do CENFIM –  “o Centro é vocacionado para a formação de jovens e adultos, mas igualmente  para dar apoio às empresas da região na formação dos seus trabalhadores nas áreas da metalurgia e eletromecânica, designadamente por via de cursos certificados pela Agência Nacional para a Qualificação e Emprego”.

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