ENTREVISTA| Álvaro Beijinha Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém

Helga Nobre

“Há muita gente a perceber que vai haver muita necessidade de energia para alimentar os projetos de Sines”

O Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, diz que os grandes investimentos previstos para o Complexo Industrial de Sines criam “muitas expetativas” e vão ter impacto direto neste Concelho e defendeu que é preciso reforço do investimento público na região para garantir habitação, educação e saúde.

Jornal O Leme – Que balanço faz do primeiro ano de mandato, tendo em conta os grandes investimentos previstos para o Complexo Industrial e Logístico de Sines e a consequente crise no setor da habitação neste território?

Álvaro Beijinha – Estamos a viver uma realidade que cria muitas expetativas porque estamos a falar de grandes investimentos que estão iniciados para o Complexo Industrial de Sines e, obviamente, que grande parte da mão-de-obra que ali trabalha, reside no Concelho de Santiago do Cacém, e que isso, seguramente, vai ter um impacto direto no nosso Concelho. Estamos a acompanhar esta matéria com muita proximidade e eu direi que a questão mais complexa prende-se com a questão da habitação, tendo em conta o número de pessoas que nos próximos anos vêm para aqui trabalhar, primeiro na construção das unidades industriais e depois aqueles que vão trabalhar de forma permanente nas unidades, após a sua construção.  Isto já está a ter impactos diretos, nomeadamente, na questão da habitação, mas depois colocar-se-ão nas questões da educação e da saúde. Já hoje estamos com uma dificuldade enorme na área da habitação. Na educação, as escolas já estão praticamente cheias, na  questão da saúde, com o aumento da população, as necessidades a esse nível vão colocar-se e por isso, o que temos vindo a fazer é chamar a atenção aos diversos membros do Governo para este problema, porque é simpático anunciar grandes projetos para o país, para Sines, a criação de postos de trabalho e riqueza, que é importante, mas naturalmente há que acompanhar esta matéria a vários níveis, nomeadamente naquilo que tem a ver com a resposta dos serviços públicos.

Artigo completo no Jornal

Leme 827 (23.03.2023)