Feira do Mar em Sines juntou diversos atores em torno de “estratégias comuns”

A 5.ª edição da Feira do Mar, evento organizado pelo Sines Tecnopolo e Câmara Municipal, chegou ao fim depois de quatro dias de discussão, entre 11 e 14 deste mês, em torno de temas relacionados com a economia azul.

“Foi uma aposta ganha porque conseguimos juntar uma série de atores que, por norma, na sua vida diária e de atividade estão relacionados, mas não têm este tempo de discussão, de debate, não têm de forma consistente a oportunidade para falar e discutir estratégias comuns”, realçou o Diretor do Sines Tecnopolo, Tiago Santos.

O certame, que se apresentou este ano num novo formato, debruçou-se sobre temas ligados à economia azul, como o empreendedorismo, turismo, portos e logística, inovação e formação.

“São temas relacionados com este território, mas que extravasam porque são investimentos para o país e para a Europa”, referiu o responsável, dando como exemplo projetos como o Data Center, da Start Campus, que “influencia Sines, o Alentejo, Portugal, a Península Ibérica e o resto da Europa”.

“No turismo náutico, demonstramos que pequenos e médios empresários também podem dar grandes contributos para o desenvolvimento do território, nomeadamente no crescimento do emprego, na atração de pessoas e de turismo internacional”, exemplificou.

E frisou ainda a adesão do público às diferentes conferências e eventos paralelos que preencheram o certame que foi “brindado com casa cheia” ao longo dos quatro dias.

“Ouvimos sempre dizer que as pessoas estão cansadas deste tipo de eventos, destes fóruns e de feiras, mas quando o tema é interessante e diz respeito ao território, elas vêm e fomos brindados com essa adesão”, observou.

Quanto ao formato do certame, o responsável garantiu que, apesar de ser “uma aposta arriscada, por se centrar nas conferências, é um modelo para continuar”.

“As pessoas que participam neste tipo de eventos são as que estão interessadas em discutir estes temas e são as que vão desenvolver estas matérias no terreno”, concluiu.

Também o Presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, reconheceu que este novo modelo virado “mais para a comunidade, contou com excelentes oradores e com apresentação de projetos inovadores e de grande interesse para a região”.

“Tivemos também algo que não tínhamos tido nas edições anteriores, nomeadamente a visita de muitos estudantes que tiveram curiosidade em contactar com os expositores, assistir às palestras, mas acima de tudo a diversidade de temas abordados e de oradores foi algo que não tínhamos conseguido até hoje”, frisou.

Por isso, além de fazer “um balanço bastante positivo, garantiu que a Feira do Mar terá continuidade no próximo ano, envolvendo outras instituições”

“Recordo que as temáticas, este ano, foram relacionadas com o futuro de Sines e com os investimentos anunciados para Sines, mas queremos no próximo ano ter algo diferente, ou seja, focarmo-nos na pesca, na aquacultura, no papel que a Marinha pode ter na investigação, no desenvolvimento tecnológico nas temáticas do mar”, adiantou.

Para o Autarca, a temática do mar “tem uma potencialidade enorme e temos de tirar partido disso, não apenas com este evento, mas com tudo aquilo que o Município está a fazer e os investimentos que estão a ser feitos no Observatório do Mar e na Arqueologia Subaquática”, exemplificou.

Helga Nobre