Editorial: Sê digno e nobre

Abílio Raposo
Diretor

Estamos em pleno inverno. Mas falta algo a este inverno! Alguém terá reparado que falta algo? Frio vamos tendo, de noite e de manhã.

Mas durante o dia as temperaturas sobem e por vezes temos de colocar roupa mais leve, pois até ficamos com calor. Não é muito normal para este tempo. Janeiro e fevereiro com calor não é normal. Mas também falta outra coisa que é fundamental nesta época do ano: CHUVA. Sim falta chuva, muita chuva. Pouco a pouco vamos vendo nos meios de Comunicação Social como se encontra o País.

Por todo o lado vemos as barragens já com níveis de água só comparáveis com épocas de fim de Verão. Vemos barragens com níveis de água nunca vistos. Vemos aldeias fantasmas que viviam no silêncio do fundo das barragens e que repousavam longe da vista humana há muitas décadas.

Algo de muito estranho está acontecendo. Temos que nos interrogar sobre esta situação. Todos nós temos alguma coisa a dizer e a fazer. Deve impressionar-nos ver esta realidade. Mas que fazer para reverter esta situação? Claro que diretamente não podemos fazer nada.

Não podemos fazer aparecer as nuvens no céu e muito menos fazê-las deitar água. Mas, existe sempre um MAS…, podemos sempre fazer alguma coisa para não piorar a situação. Podemos tentar reverter a situação poupando a água que existe, fazer com que não se estrague em coisas inúteis e supérfluas.

Quantas vezes as nossas torneiras estão abertas deitando água que vai para o esgoto e não serve para nada. Quantas vezes o chuveiro fica aberto a correr água para nada. Quantas vezes lavamos as nossas viaturas com água corrente, podendo usar um balde para poupar.

A água é um bem muito precioso. Mais precioso que o ouro ou a prata ou os diamantes, pois esse não são essenciais a vida. Podemos facilmente passar sem eles. Mas a água é um bem que não pode ser substituído por nada mais. Sem água potável o mundo vai morrer, tudo morre; os homens, as árvores, as plantas e os animais. A tua vida depende em boa parte da água.

O teu corpo é boa parte água. É um momento muito importante para fazeres uma reflexão de como estás a usar este “ouro” que te é oferecido e que tu tens de racionar. O ouro ou a prata que tens em casa guardas tudo muito bem para não te roubarem. Mas quando precisas vais lá buscar e colocas em ti para te embelezar e os outros ao olharem para ti elogiam.

Pois a água é igual, guarda-a, poupa-a bem e depois quando for necessário usa-a da melhor forma para que olhem para ti e te achem um Ser Humano nobre e digno. Nobre por saberes guardar a água como a tua vida; digno por saberes usá-la e poupares pensando nos outros e no amanhã.

Abílio Raposo, director