Fixação de população, mais investimento, a Estratégia Local de Habitação e a descentralização de competências marcaram o debate com os candidatos à Câmara Municipal de Alcácer do Sal.
No debate que O Setubalense realizou, no passado dia 06 de setembro, com os candidatos à Câmara de Alcácer do Sal, em parceria com a rádio Sines, rádio M24, rádio Popular FM, jornal O Leme e a Morning Panorama, com os candidatos da CDU, PS e coligação PSD/CDS-PP, o Chega não participou no debate porque se fez representar pelo n.º 02 na lista, sem aviso prévio.
No encontro, moderado pelo diretor do jornal O Setubalense, Francisco Alves Rito, o candidato da CDU, Vítor Proença, defendeu que o défice demográfico é um problema transversal a todo o país e que esta “tendência preocupante” pode ser invertida com uma aposta no emprego, em “incentivos à natalidade” e na concretização de políticas nacionais.
Para a candidata do Partido Socialista (PS), Clarisse Campos, cabe aos Municípios desenvolverem políticas locais para ultrapassarem as dificuldades, apoiando “o empreendedorismo jovem” e aumentando “a qualificação dos nossos jovens”, numa colaboração “mais estreita com o IEFP [Instituto de Emprego e Formação Profissional]”, exemplificou.
A demografia é para o candidato da coligação PSD/CDS-PP, Gonçalo Nunes, “um dos problemas mais graves” do Concelho de Alcácer do Sal, apontando o dedo ao atual executivo da CDU a quem acusou de ser “o campeão da perda demográfica” e apontando com políticas autárquicas que promovam “mais emprego qualificado e atraiam empresas, assim como incentivos à natalidade e educação”.
Em relação à Política de Habitação e à Estratégia Local de Habitação (ELH), em fase de conclusão no Concelho de Alcácer do Sal, Gonçalo Nunes (PSD/CDS-PP), defendeu “a disponibilização de terrenos” nas aldeias do Concelho com vista à construção de “primeiras habitações para fixar população” jovem e a criação de habitação social.
Para Vítor Proença, a ELH desenhada para Alcácer do Sal “é a adequada” e abrange um conjunto de “soluções diversificadas” com aspetos relacionados com a habitação social e o parque habitacional do Município que, em algumas situações, “exige recuperação”.
A candidata do PS considerou a proposta da ELH “incipiente” e defendeu que deveria incluir “várias Instituições do Concelho” e ser alargada a todo o território. “Temos as habitações da Autarquia que devem ser candidatadas” neste âmbito e “que precisam urgentemente de um trabalho de renovação”, acrescentou.
Transferência de Competências, Educação e Saúde
Na reflexão sobre Educação e Saúde, Clarisse Campos (PS), disse tratar-se de “uma das grandes apostas do seu partido” para conseguir “uma população altamente qualificada” e “fixar os jovens” neste território.
Quanto ao processo de transferência de competências do Estado para as Autarquias, a candidata socialista, reconhece que vai ser um momento “extremamente desafiante” para os Autarcas.
Crítico em relação a este dossier, Vítor Proença (CDU), disse que, ao avançar com a descentralização de competências, o Governo “vai meter pedregulhos na mochila” da Câmara de Alcácer do Sal.
“O envelope financeiro do Estado é de 1,3 milhões de euros quando os encargos que vão passar para o Município andam na ordem dos 4 milhões de euros. Toda esta diferença” vai sair do “Orçamento Municipal, quando deveria vir do Orçamento de Estado”, reforçou.
Já Gonçalo Nunes (PSD/CDS-PP), diz ser a favor “do empoderamento dos Municípios”, mas criticou o PS que “tem sido omisso em relação à diferença entre as responsabilidades a transferir e os direitos”, referindo que esta situação “não poderá acarretar um sobre-endividamento dos Municípios”.
Por seu lado, a candidata do PS, propôs a criação de uma Unidade Móvel “para prestar cuidados médicos a toda a população”, a colocação de médicos e enfermeiros no Centro de Saúde e Serviço de Urgência Básico (SUB) com a criação “de estímulos” no território e de uma Unidade de Cuidados Continuados.