Repsol investe 657 milhões de euros em duas novas fábricas no Complexo Industrial de Sines

O investimento industrial de 657 milhões de euros da Repsol, em Sines, torna a petrolífera espanhola num “dos maiores investidores” em Portugal, revelou a empresa em comunicado após a aprovação de contratos fiscais pelo Governo.

“Com este investimento, que foi acompanhado desde o início pela aicep, o Grupo Repsol torna-se um dos maiores investidores nacionais. A ampliação do Complexo Industrial de Sines é o maior investimento industrial dos últimos 10 anos em Portugal. Permitirá, após o seu término, melhorar diretamente a balança comercial de Portugal”, refere a empresa em comunicado.

Para o Presidente executivo da empresa, Josu Jon Imaz, citado no mesmo documento, o investimento em duas fábricas de materiais poliméricos “demonstra o empenho da Repsol no seu complexo industrial em Portugal”.

“A Companhia está empenhada no desenvolvimento industrial, que permite a transição energética, ao mesmo tempo que cria riqueza e emprego de qualidade”, explica.

Em causa está a construção de uma fábrica de polietileno linear (PEL) e uma fábrica de polipropileno (PP), cada uma com uma capacidade de 300.000 toneladas por ano, em Sines.

Segundo a Repsol, “as tecnologias de ambas as fábricas, que garantem a máxima eficiência energética, são líderes de mercado e as primeiras do seu género a serem instaladas na Península Ibérica”.

“Os novos produtos são 100% recicláveis e podem ser utilizados para aplicações altamente especializadas, alinhadas com a transição energética nas indústrias farmacêutica, automóvel ou alimentar”, de acordo com a petrolífera.

A Repsol adianta ainda que “durante a fase de construção, projeta-se a criação de uma média de 550 empregos diretos, com momentos que poderão chegar a mais de 1.000 pessoas”

“Uma vez em funcionamento, o aumento de pessoal será de cerca de 75 empregos diretos e 300 empregos indiretos”, segundo a empresa.

Para a aicep Global Parques, gestora da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), este investimento terá um impacto de “mais de mil milhões de euros por ano na balança comercial” portuguesa.

“Este investimento tem um enorme impacto, direto e indireto, de mais de mil milhões de euros por ano na balança comercial portuguesa, entre a substituição de importações, as novas exportações e o potenciar da indústria transformadora de todo o país”, sublinhou o presidente executivo da aicep Global Parques, Filipe Costa.

Segundo a aicep, em comunicado, além dos 657 milhões de euros [de investimento] nas duas novas fábricas de polímeros, o projeto de expansão da Repsol inclui ainda “22 milhões de euros em tancagem e pipelines para produtos, 18 milhões em interligações elétricas e mais de 30 milhões de euros em equipamentos de geração de eletricidade de fonte renovável para autoabastecimento”, num valor total superior a 725 milhões de euros.

De acordo com a gestora da ZILS, o novo projeto da Repsol Polímeros vai permitir “acrescentar mais 51 hectares ao seu Complexo Petroquímico”, instalado em Sines, e “mais 57 hectares de recuperação ambiental com a instalação de painéis fotovoltaicos, num areeiro agora desativado, para um total de 250 hectares da Repsol Polímeros na ZILS”.

A este investimento, a aicep Global Parques espera que “se sigam a instalação de mais unidades da economia circular, para processos de reciclagem química, que empurrarão o investimento total da Repsol Polímeros em Sines para mais de mil milhões de euros no âmbito do presente ciclo de investimento do Plano Estratégico 2021-2025 da Repsol Química”.

Já o Presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, disse que o investimento de 657 milhões de euros da Repsol Polímeros no Complexo Industrial de Sines vai contribuir para atrair riqueza e emprego para a região.

“É um projeto muito interessante para o Município, para a região e, sobretudo, para o país”, sublinhou o autarca, realçando que, apesar de se tratar de “uma petroquímica”, o projeto prevê a construção de duas fábricas, “uma de polipropileno e também de polietileno”, permitindo que “este complexo se possa adaptar à transição energética e de circularidade”, sublinhou.

“Para isso [a empresa] tem de fazer os investimentos adequados, não só ao nível da capacidade de expansão do complexo [petroquímico de Sines], mas também ao nível do posicionamento do país em termos de transição energética e ambiental”, acrescentou.

Para o Autarca, “os investimentos que visem melhorar e aperfeiçoar todos os sistemas são importantes”, não só ao nível técnico, como também “na criação de riqueza e de emprego” na região.

“Esta é uma intenção que tem estado a ser trabalhada ao longo de muitos meses, é um projeto considerado de Potencial Interesse Nacional (PIN)” e, apesar de estar hoje em discussão na reunião de Conselho de Ministros, “existem outras fases, não só de acompanhamento, como de licenciamento que se seguirão”, evidenciou.

Por isso, garante que o Município de Sines “está empenhado para que este seja mais um projeto de sucesso, que crie riqueza e emprego, sendo essa a nossa grande aposta”.