Opinião: A Mentira da Verdade ou a Pós-verdade

Emérico Gonçalves

Por Emérico Gonçalves, Diretor da Escola Secundária Poeta Alberto, em Sines

O que é a verdade? Com certeza, uma questão fundamental da existência humana, sobre a qual assenta a sua própria condição. Mas o meu propósito não é, aqui, abordar, nem mesmo em pinceladas grosseiras, as respostas que o homem persegue nos deambulatórios da Ciência, Filosofia ou Religião. Vejamos aqui a verdade como uma afirmação de autenticidade, fundamentada nos factos ou na razoabilidade dos argumentos.

Convém reter a ideia de que a democracia é, por sinal, o espaço e o tempo em que as sociedades se podem confrontar com essa
verdade, com a autenticidade validada pelos factos ou argumentos, porque, como já disse noutras circunstâncias, é minha convicção de que o critério essencial de funcionamento da democracia é o exercício livre da palavra enquanto confronto dialógico das ideias.

No entanto, porque a democracia só sobrevive com a participação efetiva de cada cidadão, também pode ser o seu contrário, isto é, pode ser o espaço e o tempo em que a realidade se configura como que manipulada pelo exercício de poder de uma minoria assente num jogo de interesses.

Diria que estamos num processo de gestão de informação e de quem detém esse poder. Efetivamente, nos confrontamos com
dinâmicas entre poderes estabelecidos e a opinião pública.

O artigo completo pode ser lido na edição em papel de 22 de junho de 2017, n.º 695