Opinião: Mudança por decreto… da mudança das vontades à mudança das mentalidades

Por Mónica Brito,

Os projetos em parceria, o trabalho em rede, o trabalho em equipa, em outros conceitos povoam o discurso, mas não a mentalidade, de vários atores que em diferentes cenários hasteiam a bandeira da cultura colaborativa. Evidentemente, que não há regra sem exceção…existindo alguns muito bons exemplos que atestam que o todo pode ser muito mais do que a soma das partes.

No entanto, a realidade evidencia que vivemos numa sociedade em que as agendas individuais, as “quintas”, o medo da concorrência, continuam a impedir que haja uma verdadeira mudança de mentalidade e que cheguemos à conclusão que o futuro é colaborativo, sob pena de nos mantermos num caminho de ineficiência, de redundância, de projetos sem escala conducentes a resultados pouco competitivos, per si, mas sobretudo à escala global.

No dizer dos gurus, a inovação é um processo que nasce sobretudo do contacto entre as diferenças, residam elas na natureza do conhecimento ou na multiplicidade de vivências e de experiências. A multidisciplinaridade científica, a diversidade organizacional ou territorial são geradoras de novas ideias, espaços de criatividade, contextos onde as necessidades e as soluções se cruzam, onde os pontos fracos de uns são oportunidades para outros e onde as ameaças perdem terreno porque, como se foi transmitindo inter geracionalmente, a união faz a força.

Um princípio, um conjunto de valores que se perdeu algures na nossa história e que urge recuperar sob pena de continuarmos a comprometer o sucesso, o individual e o organizacional.

Artigo completo na edição em papel de 23 de junho de 2016, n.º 672