Opinião: E depois dos pinos?

João Madeira

João MadeiraPor João Madeira,

Voltou a ser enorme a marcha realizada a 30 de Maio contra os pinos que condicionam e perturbam a deslocação entre Santo André e Sines. Se fosse um dia mais tarde coincidiria com o 1º de Maio e creio que, apesar de todos os problemas laborais que persistem também nesta zona – do desemprego e da precariedade aos salários às condições de trabalho, das sequelas dos turnos à perigosidade de alguns desempenhos profissionais – a coincidência com a data não desmereceria.

Tratou-se de uma grande jornada, expressão de um largo descontentamento, que uniu muitos moradores de Santo André.

Pela mobilização, pela cobertura mediática, pelo empenho e pelo entusiasmo dos seus promotores, não deixa de ser
significativo que a iniciativa voltasse a pertencer à cidadania activa e que a autarquia, tendo aderido como lhe competia, ao contrário dos vizinhos de Grândola e Alcácer, continue a preferir escrever uns ofícios e marcar e remarcar mais umas audiências nos gabinetes de ministros e secretários de estado.

Nada contra evidentemente, apenas assinalo como, neste assunto, a população marcha bastante à frente dos seus  representantes eleitos.

Artigo completo na edição em papel de 05 de maio de 2016, n.º 669