Uma pessoa identificada no protesto da Climáximo junto à Refinaria da Galp em Sines

Climáximo - Galp

O protesto promovido, no passado dia 18 de novembro, pelo coletivo Climáximo junto da Refinaria da Galp em Sines terminou com um manifestante identificado pela GNR.

Helga Nobre

A ação de desobediência civil, anunciada pelo coletivo como “não violenta”, teve o seu ponto alto cerca das 13:30 quando os cerca de 100 ativistas se concentraram nos acessos principais da refinaria tentando bloquear a atividade da unidade, mas sem impedir a circulação de trabalhadores.

No início da ação de protesto junto da unidade industrial aconteceu o momento ‘mais quente’, quando um grupo de cerca de 10 manifestantes acedeu sem autorização às instalações, na zona da portaria. Os mais de 15 militares da GNR colocados na área, rapidamente, impediram a progressão dos manifestantes e acompanharam-nos de volta ao exterior.

Um ativista que se sentou em frente ao portão do acesso dos camiões à Refinaria, embora na altura não passasse qualquer viatura, foi algemado, retirado do local e identificado pela GNR.

Erguendo cartazes com frases alusivas às suas reivindicações, como “Transição Justa”, “A nossa casa está a arder”, “Mudar o sistema, não o clima”, os ativistas reuniram-se em plenário de delegados e, a meio da tarde, decidiram ‘ocupar’ a portaria sul da refinaria, para procurarem bloquear também esse acesso.

A manifestação, que a Climáximo apresentou como uma “ação não violenta de desobediência civil e de bloqueio”, foi intitulada “Vamos Juntas!” e reivindicou “o encerramento planeado e gradual da refinaria de Sines até 2025”.

“Queremos alertar estes trabalhadores que a Refinaria de Sines vai ser encerrada, é um dado que tem de ser entendido como um facto e, se continuarmos no mesmo processo que a Galp tem feito até hoje, estes trabalhadores ficarão sem qualquer tipo de sustento para as suas famílias”, avançou a porta-voz da Climáximo, Mariana Gomes.

No final do protesto, foram anunciadas pelos ativistas novas iniciativas em Sines, como a realização de um Acampamento de Ação, em julho de 2022, que irá culminar com outra ação de desobediência civil.

Por seu lado, a Galp, numa declaração à Agência Lusa, garantiu que a Refinaria de Sines faz parte dos planos da empresa para a descarbonização energética e disse entender a posição do coletivo Climáximo.

“A Galp está a fazer o caminho para a descarbonização da sua atividade e para posicionar a empresa e o país na vanguarda da transição energética”, acrescentou.

Segundo a empresa, a Refinaria de Sines “fará parte desta transformação, transitando ao longo do tempo para um Parque de Energia Verde, com novas soluções sustentáveis, como o hidrogénio verde e os biocombustíveis”.

A Galp encerrou este ano a Refinaria de Matosinhos, distrito do Porto, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.

Em junho, a petrolífera anunciou ao mercado que pretende transformar gradualmente a Refinaria de Sines “num centro de energia verde”, um projeto que será alavancado no acesso ao hidrogénio verde.