Canto das letras recorda Santo André de outrora

ASAS |Foto: Gisela Benjamim|

O Canto das Letras realizou mais uma sessão no passado dia 14 na Biblioteca Municipal Manuel José do Tojal em Santo André. Trata-se de uma iniciativa da Academia Sénior de Artes e Saberes. Um espaço de conversa descontraída onde se abordam os mais variados temas. Esta sessão recordou o Santo André de outrora, mesmo antes de nascer o centro urbano.

ASAS |Foto: Gisela Benjamim|
ASAS |Foto: Gisela Benjamim|

Para falar desse tempo foi convidado António José Gonçalves, de 78 anos, nascido e criado em Santo André. “Da Lagoa até a Ribeira da Badoca era tudo campos de arroz, porque era a cultura mais rentável, mas também se plantava batata, trigo, aveia, cevada e milho. Ou seja toda esta zona se dedicava à agricultura e criação de gado. Já na Lagoa o forte era a pesca e a caça. Vinham pessoas de todo o país para participar na Caçada da Lagoa”, recorda.

António José Gonçalves lembra-se de abrirem a Lagoa ao mar através de força braçal. “Demorava dias, imaginem o que era tirar aquela areia toda com pás, mas era muito engraçado porque o trabalho era organizado com cantigas em verso. Depois passou a usar-se juntas de bois. Outro momento alto era quando os barcos chegavam e tocavam os búzios e de toda a parte surgiam pessoas para ajudar e receber um quinhão.”

Onde hoje está a cidade existia o pinhal e muitas zonas de cultivo, e para o gado pastar. “Onde está esta biblioteca era um grande batatal, e no Bairro Azul um pinhal cerrado, o Bairro da Lagartixa era o Pinhal das Zorras. Não havia estradas, para aqui se chegar só caminhos de terra percorridos de mula ou burro. O Areal era uma herdade que aqui existia,” lembra.

Artigo completo na edição em papel de 21 de janeiro de 2016 n.º 662