O ponto doloroso da questão

Ana Chainho

Ana ChainhoPor Ana Chainho, nos EAU

Admito que adoro festas e celebrações. Sempre adorei o Natal, o Carnaval, o meu aniversário e até a Páscoa, que na minha família só se celebrou enquanto os meus queridos avós maternos eram vivos. Não sei se não gosto tanto dos preparativos como do próprio evento.

Acho que herdei da minha mãe o gosto de ver os que estão à minha volta felizes. Deliro quando sou convidada para casamentos, batizados ou jantares com amigos. Acho que ter gente boa por perto é das melhores coisas que há e, atualmente, quando algum dos meus grupos de amigos se junta já há quase tantas crianças como adultos, o que torna tudo mais animado.

Ora aqui chegamos ao ponto doloroso da questão. Desde que emigrei já perdi o casamento de duas amigas, os babyshowers de outras duas e inúmeras festas de anos. E fico triste por saber que o meu filho também está a ser privado desse convívio tão enriquecedor.

Depois vejo as fotos no Facebook, farto-me de rir com os comentários, mas não sei as piadas que disseram no dia, não brindei com eles e não faço parte dessas memórias. E é isso que custa.

Artigo completo na edição em papel de 19 de novembro de 2015, n.º 658