Raízes

Vacaria - Gisela de Almeida
"O meu pôr-do-sol na Vacaria" |Foto: Gisela de Almeida|
Gisela de Almeida - Coisas de Emigrante
Gisela de Almeida

Por Gisela de Almeida, em França

Quando deixamos o nosso país para viver noutro, não nos sentimos imediatamente como na nossa casa. No princípio tudo é estranho, mas muitas vezes o entusiasmo inicial é tão forte que ajuda a contrariar o desconforto de se ser um estranho de passagem.

Com o passar do tempo, vai-se ficando mais à vontade (com a língua, a gastronomia, o tempo, os hábitos e costumes, a cultura, o humor e as gentes) e é como se passássemos a ser visitas: temos um quarto só para nós, todos tentam fazer-nos sentir à vontade, mas não é como estar no nosso espaço.

Vacaria - Gisela de Almeida
“O meu pôr-do-sol
na Vacaria” |Foto: Gisela de Almeida|

 

 

Falo da minha experiência pessoal, mas igualmente da de muitos outros viajantes, portugueses e não só, que vivem fora dos seus países natais e que fui cruzando nos últimos anos.

No que me toca, estou desde há algum tempo na fase de conforto e viver em França ja não é algo estranho no que respeita às coisas básicas do quotidiano: vivo em modo bilingue; a burocracia francesa é uma instituição, mas quando se vem de Portugal não se estranha; a abundância e variedade de bons queijos e bom pão compensa a falta de outras iguarias lusas e o clima alpino bastante duro no inverno é mais fácil de suportar com aquecimento central, do que o inverno português. Poderia pedir a dupla nacionalidade, mas nunca o fiz.

Artigo completo na edição em papel de 16 de Outubro de 2014, n.º 633