Opinião: Trabalhar sem rede

Opiniao Mario Primo
Encenador e professor, em Vila Nova de Santo André

Por Mário Primo, professor e encenador

As Redes culturais estão na ordem do dia e para muitos criadores são a solução de futuro. Quanto a mim, estou resignado a “trabalhar sem rede”, sem acesso aos financiamentos do estado central e sem visibilidade para as iniciativas por mais arrojadas que sejam… Dizem-me com bonomia que o mais importante é ter a consciência tranquila de se estar a trabalhar bem… É verdade, mas também sinto que “quem não Aparece, Não Existe!” e, se não “Existe”, como esperar ser reconhecido e apoiado?

Claro que quem se “mexe bem”, quem tem “conhecimentos”, quem for “vivaço” e estiver sempre nos sítios certos, de preferência em bicos de pés ou de cócoras, talvez se safe melhor!…

“O país é pequeno, mas de um modo geral os Média ainda o apequenam mais”. Se nos cingirmos às notícias e à crítica especializada, é apenas nas grandes urbes que acontecem as propostas interessantes e dignas de serem divulgadas, bem, as grandes obras e também os grandes “bluffs”, porque estas coisas andam muitas vezes a par…

Ao longo de anos, a Mostra de Teatro trouxe a esta região, sem qualquer reflexo mediático digno de nota, muitas das companhias portuguesas de maior prestígio e algumas extraordinárias companhias estrangeiras. Excluindo o público local, que aproveitou e a prestigiou com a sua presença, fora da região quem soube disso?!

Artigo completo disponível na edição em papel de 20 de setembro de 2018, n.º 723