Opinião: Cidadania em segunda fila

Ricardo Rosa - Opinião
Ricardo Rosa, jornalista

Por Ricardo Rosa, jornalista

Na escola da minha filha há uma nova disciplina, Cidadania e Desenvolvimento, cuja ideia será aprender a viver em sociedade, de forma mais justa e inclusiva. Uma ótima ideia. Desde que nós, os pais, não a estraguemos.

Faz parte da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania e pretende promover o pensamento crítico e participação
ativa. A disciplina de Cidadania e Desenvolvimento arrancou este ano letivo em 235 escolas do país, numa fase piloto. Calhou a escola da Bia ser uma destas.

No plano apresentado pelo Governo constam temas como direitos humanos, igualdade de género, interculturalidade, desenvolvimento sustentável, educação ambiental, media, instituições e participação democrática ou segurança rodoviária.

Questionei a minha filha, que tem 10 anos, a propósito da disciplina e do que fazem e falam na aula. Já me tinha contado que algumas vezes, quando há uma qualquer briga no recreio, é na sala que a debatem e resolvem. Propus-lhe até que fizesse uma redação – sempre me facilitava o trabalho nesta crónica – porém, a miúda não foi na cantiga e, de forma sistematizada, deu-me um parágrafo que confirma os objetivos:

“Direitos dos humanos; a saúde; a igualdade entre as pessoas; o ambiente; ajudar quem precisa; fazer os possíveis para tornar o mundo um lugar melhor; resolver os problemas entre as pessoas; problemas que o país tem; órgãos de soberania; explorar a cultura das regiões e países; aprender lições; reconhecer os seus erros e aprender com eles.”

E em apenas um parágrafo, ali está praticamente tudo o que é importante para sabermos viver uns com os outros.

Artigo completo disponível na edição em papel de 07 de dezembro de 2017, n.º 705