A caridade das Cantinas Sociais

Emérico Gonçalves

Emérico GonçalvesPor Emérico Gonçalves,

Está a tornar-se um ato compulsivo falar sobre a situação da crise em Portugal (eu diria “crises”) no contexto da Europa. Diria mesmo que se torna obrigatório, moral e psicologicamente, ora porque constitui um imperativo do dever afirmar o que se transforma num incómodo visceral, ora porque passa a ser uma necessidade de expurgação dos males que nos tocam.

Efetivamente, vivemos crises oriundas da crise económico-financeira. Os momentos das crises pedem reflexão, discussão, afirmação, sendo certo que o maniqueísmo não deve ter aqui lugar. Acontece que temos assistido a uma profusão de
comentários maniqueístas, afirmando invariavelmente uma corrente como única e certa, e todas outras, contrárias, antagónicas ou de nuances diferentes, erradas.

Parece-me que a essência da democracia representativa não é apenas o exercício do voto secreto e universal, mas acima de tudo o exercício livre da palavra, o que tem faltado na grande comunicação social.

Ainda que muito pudesse dizer, circunscrevo-me a algumas ideias em torno de uma questão que me tem inquietado, a caridade.

Caridade, do latim caritate, de caritas, o que indica um sentimento de amor, de bondade, insere-se num contexto ético-moral sobejamente tratado no âmbito filosófico.

Artigo completo na edição em papel de 05 de Março de 2015, n.º 642