Numa pequena entrevista ao “O Leme”, Manuel Fonseca Santos, Presidente da Direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Santo André, fala de como foi e ainda é difícil gerir a Associação com a quebra de receitas dos donativos das empresas e do transporte de doentes, devido à pandemia e adianta que um dos objetivos deste mandato é consolidar e alcançar a sustentabilidade dos Bombeiros de Santo André, o que passa pela criação de uma Equipa de Intervenção Permanente e pela melhoria dos protocolos com a JFSA, CMSC, Refinaria de Sines/Galp, Repsol e Águas de Santo André.
Leme – Este último ano e meio tem sido árduo devido à pandemia. Como é que a Associação tem vivido e trabalhado neste tempo? Qual a situação atual da Associação?
Fonseca Santos – A Associação Humanitária tem vivido intensamente estes dois anos, mas conseguiu manter os postos de trabalho e os serviços prestados pelos bombeiros à comunidade de Santo André.
Todos vivemos tempos muito difíceis. A quebra de receitas dos donativos das empresas e do transporte de doentes da ordem dos 50% provocaram grandes dificuldades financeiras.
Depois de ultrapassado o medo de acorrer aos hospitais e aos outros serviços de saúde a situação começou a melhorar e as receitas subiram, embora nos meses de verão hajam sempre quebras significativas, que resultaram num atraso de 4 meses no pagamento do combustível e no incumprimento dos nossos compromissos com o nosso fornecedor INTERVNSA.
Não existem grandes atrasos do Estado no pagamento dos serviços aos bombeiros embora paguem pouco pelos serviços prestados. O preço do combustível para as viaturas está sempre a subir e os valores que pagam no transporte de doentes estão desatualizados há muito tempo.
L – A Associação ainda tem dívidas em relação às últimas obras feitas no Quartel… Quais as maiores dificuldades atualmente?
F.S: Em relação às obras do quartel as dívidas que existem são as da comparticipação da Associação na candidatura apresentada aos fundos comunitários e nos investimentos realizados para os quais tivemos de contrair empréstimos que vão ser pagos ao longo do tempo.
L – Quais as metas que a direção gostaria de alcançar neste mandato?
F.S. – O principal objetivo deste mandato é consolidar e alcançar a sustentabilidade dos Bombeiros de Santo André o que passa pela criação de uma Equipa de Intervenção Permanente e pela melhoria dos protocolos com a JFSA, CMSC, Refinaria de Sines/Galp, Repsol e Águas de Santo André. No Distrito de Setúbal, esta associação humanitária é a que menos recebe da lei de financiamento, 3 mil euros por mês, que são insuficientes para manter os Bombeiros e as viaturas necessárias para prestar serviço na Freguesia de Santo André com uma população de cerca de 12 mil habitantes. O financiamento do Estado tem de ser atualizado.
Neste mandato de 3 anos, para além da redução da dívida dos empréstimos e prestações em 50%, pretendemos executar os arranjos exteriores do Parque de Viaturas com o apoio da Junta de Freguesia, melhorar as condições para rentabilizar a Unidade Local de Formação e instalar um sistema solar de aquecimento das águas dos balneários para os quais é preciso apoio.
L – Quantos funcionários tem a Associação (incluindo Bombeiros)
F.S. – A Associação tem 18 assalariados: 1 administrativa, 3 operadoras na central de comunicações e 14 bombeiros.
L – A comunidade, de uma maneira geral, continua a dizer “presente” quando solicitada a apoiar os BVSA? Que apelo gostaria de fazer às gentes de Santo André… e às empresas?
F.S. – É fundamental que as gentes de Santo André continuem a ajudar os Bombeiros. É fundamental que as empresas locais e de Sines, bem como os órgãos Autárquicos, Junta de Freguesia de Santo André e Câmara Municipal de Santiago do Cacém que são aqueles que estão mais próximos, reforcem os apoios, para que os Bombeiros de Santo André tenham futuro e possam cumprir a Missão para que foram constituídos.
L – Quer acrescentar alguma coisa
F.S. – Um agradecimento especial aos Bombeiros Voluntários de Santo André e a todos aqueles que contribuem para esta nobre causa, incluindo o Jornal “O Leme”. Muito Obrigado.