Editorial: Contamos contigo

Abílio Raposo
Diretor

Esta semana celebrámos o dia em que, em 1910, foi declarado a mudança de regime político, deixando a Monarquia e abraçando a República. Tempo para muitos como momento de liberdade e que agora o poder está na mão do Povo que pode eleger os seus governantes e se parte integrante das decisões para avançarmos com o Povo e com uma identidade única que é unida por um Hino e uma Bandeira. Os sonhos de muitos foram realizados e concretizados. Agora era o momento de começarmos a votar para decidir o queremos para o país e quem queremos que nos governe. As eleições marcaram-se e os eleitores chegaram para escolher os governantes nacionais, regionais e locais. Mas rápido o aproveitamento e quem sabe a reminiscência do passado chegou e com ele a aptidão para um governo absolutista que surge com as ditaduras. Aqueles que defenderam um regime em que o Povo escolhe, rápido esquece essa premissa e surge a ditadura, como um Rei absolutista que governa sobre o seu Povo e não sendo escolhido pelo mesmo. Não terminámos o século sem que surgisse um 25 de Abril para voltar ao caminho traçado pelos iniciadores desta República. Nestes quase 50 anos de República livre denota-se uma participação eleitoral a decrescer, o que é bastante preocupante. Será que este tipo de regime politico também já não serve às nossas atuais necessidades? Não confiamos nós neste sistema eleitoral que é praticado. Será que aqueles que se propõem para ser eleitos não merecem a nossa confiança politica. Ou estaremos mesmo a caminhar para um novo sistema politico? E qual? Será que nós nunca estaremos satisfeitos com o que temos? Não estar satisfeito é bom e mau. Mas não participar nos atos eleitorais é uma falta grave para com a comunidade. Um governante ser eleito com meia dúzia de votos, e por vezes os votos da abstenção serem mais do que aqueles que o elegeram, é bastante desmotivador para qual um. Ter a abstenção como oposição é lutar contra o vento. Nunca sabemos o que deseja. Assim aconteceu também, mais este ano, num numero muito significativo de lugares de votos. Que fazer? Ou somos cativados ou desistimos. Desistir não é próprio de um grande Povo como o nosso. Este Povo Português que se lançou para o desconhecido para encontrar Povos, com os quais traçamos caminhos de amizade que perduram até hoje. Não percamos tempo. O Pais conta com cada um.

Abílio Raposo, diretor