Editorial: Tudo pode ser renovado

Abílio Raposo
Diretor

No livro do Apocalipse, João diz “O que estava sentado no trono afirmou: “Eu renovo todas as coisas.”. Pois esta é a nossa esperança todos os anos, que tudo se renova. Acreditamos que cada passagem de Ano é um momento forte para voltarmos a reconstruir aquilo que se desfez.

Voltarmos a tentar alcançar metas que não foram atingidas. Fazem-se muitos propósitos para que cada ano seja melhor que o outro. Se tivéssemos um aparelho para medir o grau de Esperança, a noite de passagem de Ano, bateria todos os recordes.

Todos desejamos largas dezenas de vezes “Feliz Ano Novo” e também “Próspero Ano Novo”. O que queremos dizer senão que não ficaremos de mãos a abanar e desistir de tudo, mas que estamos preparados e com os instrumentos de trabalho prontos para enfrentar nova vida e novas realidades. Os desafios que surgirem serão para serem ultrapassados.

O Ano que iniciámos nestes dias é de grandes desafios para a nossa vida pessoal, mas também a nossa vida coletiva. A nível individual muitos são os motivos para estarmos esperançosos, pois tantos são os desafios que nos irão surpreender durante o ano que temos de ter a coragem, que vem de Deus, e que nos motiva para os vencer.

Ele connosco fará com que tudo seja renovado. Sem Ele tudo parecerá impossível. Cada um deve olhar para a sua realidade e ver de onde virão estes desafios para se preparar e ter à sua mão os instrumentos para lutar e sair vencedor.

O mundo que é a nossa casa comum também vai trazer desafios novos e velhos. Desafios que nos devem levar à unidade para que juntos possamos encontrar caminhos de Paz e de renovação. Tempo para que, juntos, consigamos levar os países que vivem em guerras fratricidas a fazerem as pazes. Não é solução para ninguém ter de fugir da sua terra e procurar novas terras, novos países, onde muitas das vezes não se conseguem encaixar.

Nós portugueses temos essa experiência de viver fora, mas sempre com o desejo de voltar ao nosso país. Por isso a solução para o número cada vez maior de refugiados não está aqui na Europa, mas sim nos países de origem de cada um deles.

É necessário que neste novo ano a comunidade internacional pense numa solução que tem de passar pela normalização da vida em cada país de origem destes grandes números de refugiados de guerra e de exploração.

Não são só os países que têm petróleo ou outros bens preciosos que devem ser intervencionados pela comunidade internacional, mas sim, todos aqueles em que os seus governantes vivem explorando e destruindo a vida dos seus compatriotas. Cada nação, cada povo deve fazer de tudo para que todos se sintam bem e contribuindo para que todos vivam bem.

                                                                                             Abílio Raposo