Editorial: Caminhemos juntos pelo mundo fora

Abílio Raposo
Diretor

Ao longo dos tempos a humanidade foi caminhando de tal forma que tudo era feito em conjunto. Foi construindo um modo de viver que incluía todos e formou comunidades. E hoje é necessário que nos enquadremos numa comunidade para sermos pessoa.

Ninguém é um apátrida. Todos vivemos ligados a um Povo. Ao nascermos nesse Povo bebemos a sua cultura e tornamo-la nossa. Vivemo-la de tal modo que ela é para nós algo de normal e tudo fazemos para andarmos nesse caminho. Quando saímos para fora do nosso Povo deparamo-nos com outras culturas e admiramo-las.

Elas também são parte integrante deste mundo. E sou chamado a respeita-la, pois só assim serei um membro do mundo partilhado por outros. A guerra e a destruição também fizeram parte deste mundo que a humanidade construiu. E todos vimos e atestamos que a guerra  destrói a cultura. Mas não é só aos homens que destrói, mas também tudo aquilo que construímos com muito esforço e muita coragem, até mesmo com o sofrimento de muita gente. E assim vamos descobrindo que a Paz e o viver na tranquilidade é muito melhor.

Pois faz-nos crescer e tornar o mundo melhor para habitarmos. No inicio do seu pontificado, logo em 2015 o Papa Francisco escreve uma Encíclica que trata sobre a nossa “Casa Comum”, isto é, como o homem trata a natureza e como se relaciona entre si. Muitas vezes trata-se entre si e a natureza de tal modo que destrói aquilo que devia proteger.

É necessário que exista um equilíbrio entre o que é destruição e aquilo que é necessário para a minha vida humana. Nem tudo aquilo que parece destruição o é e nem tudo aquilo que é proteção da natureza o é. Tudo converge para o Ser Humano. Nada daquilo que se faça na natureza deve ser para satisfazer um prazer destruidor, mas sim uma interação intrínseca que leve a uma construção para a satisfação da humanidade, porque tudo converge para ela.

Os extremismos protecionistas da natureza que levam à destruição do homem, também não são uteis. O importante é caminhar juntos. Deve viver-se um equilíbrio entre a necessidade humana e a preservação da natureza, porque sem ela não podemos viver. Assim também é necessários, independentemente da nossa cultura/religião ou Povo, caminhar juntos de mãos dadas. É necessário partilhar o que nos une e o que nos constrói. Façamos vida, construamos a vida.

                                                                                             Abílio Raposo, diretor