Opinião: Lobito

Francisco do Ó Pacheco
Francisco do Ó Pacheco

Há dias surgiu-me um velho amigo da tropa que não via desde o século passado, mais ou menos desde 1997.

Depois dos cumprimentos normais para dois velhos companheiros de aventuras, sobre a saúde e as famílias, os filhos e os netos e as netas, voltámos inevitavelmente aos tempos da guerra, melhor dizendo, ao tempo do descanso dos guerreiros depois de vinte meses de mato e de guerra subversiva no leste de Angola, na linda cidade do Lobito.

Merecido descanso, diga-se de passagem, onde vivemos o tempo do carnaval, do circuito automóvel da restinga do Lobito e até de um acidente aéreo com um avião de passageiros que aterrou no mar e onde pereceram dezassete pessoas, se a memória não me falha.

Demos uma volta pelas praias maravilhosas da região, da própria restinga do Lobito, de Benguela, da baía Azul e da baía Farta onde se apanhavam caranguejos de Moçâmedes com dois e três quilos, pelas dezenas de esplanadas das cervejarias e, claro, pelas lindas mulatas angolanas que fariam parar o trânsito automóvel em qualquer cidade do planeta. Estas recordações não são mais que sinais inquestionáveis da nossa avançada idade, dizia-lhe eu. Pois, que sejam, mas são parte substantiva das nossas vidas.

Para ler o artigo completo consulte a edição em papel de 19 de outubro de 2017, n.º 702