Opinião: Da captura ao interesse público

Emérico Gonçalves

Emérico GonçalvesPor Emérico Gonçalves,

Apesar de ser leigo em matéria jurídico-económica, estou visceralmente atento, sobretudo, às questões atuais que têm beliscado os equilíbrios sociais. É sabido que a crise financeira de 2008, em que a Goldman Sachs foi protagonista, revelou inúmeras facetas obscuras dos sistemas financeiros globais. A teoria de captura, de Stiegler, grosso modo, documenta a questão fundamental que aqui quero reportar.

A função do Estado, já o tenho dito em várias ocasiões, prossegue o interesse público, a fim de garantir a segurança do cidadão e o bem-estar social. Não são necessárias guerras para pôr em causa esse pressuposto, basta que se instale o egoísmo económico-social.

A crise financeira de 2008 mostrou que na penumbra das sociedades funcionava (e ainda funciona, vejam-se os casos escandalosos de paraísos fiscais) um sistema especulativo de engenharias financeiras à escala mundial. Julgo que o ponto de rutura reside na instalação da promiscuidade entre poder político e a alta finança.

Artigo completo na edição em papel de 21 de julho de 2016, n.º 674