Precisamos de políticos! Não economistas, juristas ou engenheiros que se façam de políticos. Não está em causa a formação académica de origem, mas ser-se político enquanto conceito substantivo.
A questão reporta-se à definição do conceito política, do grego politiké, que aponta para a governança das coisas da Polis, da coisa pública. Aristóteles defendia, aqui retratado a grosso modo, a política numa relação de poder entre quem governa e quem é governado, fazendo evidenciar a questão do interesse (inter–esse), a relação entre dois seres, de interdependência, de compromisso.
A política assim, enquanto praxis humana, aponta para o exercício de poder. E é aqui que se jogam as questões da prática política.
Sem querer ver aqui apresentada a complexidade da questão, lembremo-nos que o fim da política é o bem público, e não os interesses de segmentos da sociedade ou, ainda, como a política doméstica nos tem habituado, os dúbios interesses internacionais.
É que nos esquecemos que a política serve a sociedade civil, enquanto sociedade organizada. E esta, em última análise, resulta no conceito de Estado.
Artigo completo na edição em papel de 10 de setembro de 2015, n.º 653