Centro de Transição Energética recebe visita do Secretário de Estado do Trabalho

Helga Nobre

O Governo vai recorrer à Inteligência Artificial para facilitar o processo de atendimento aos cidadãos estrangeiros, com o desenvolvimento de um projeto-piloto, no Concelho de Odemira, que recorre à tradução automática de diferentes idiomas, revelou o Secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes.

O projeto-piloto, que irá estender-se a outras zonas do País, vai utilizar “mecanismos da inteligência artificial, como a tradução simultânea, para uma melhor comunicação no atendimento aos cidadãos estrangeiros”, explicou o Governante.

O atendimento passará a ser feito “com recurso a um software de tradução simultânea instalado num ‘tablet’ que permite ao cidadão estrangeiro expressar-se na sua língua nativa, sendo imediatamente traduzido para a nossa língua e vice-versa”, especificou.

O novo serviço, em funcionamento no Balcão de Atendimento Permanente de Odemira, que presta apoio a comunidades de trabalhadores imigrantes, resulta de um esforço para “reforçar” a presença do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) neste território “em termos de qualificação de espaços e de recursos humanos”.

“A pedido do Presidente da Câmara de Odemira, mobilizamos também a Autoridade para a Condições do Trabalho a ter uma presença bastante mais assídua no território para, no fundo, combater aquelas situações de práticas indesejáveis, ilegais e, por isso, é muito importante que esta integração se faça de uma forma plena no mercado de trabalho, com direitos e respeitando os direitos destas pessoas”, afirmou.

De acordo com Miguel Fontes, o projeto-piloto vai ser implementado até se atingir “o nível de maturidade pretendido, podendo depois ser alargado ao território nacional e, em especial, a zonas onde haja uma população com expressão estrangeira significativa”.

O Governante falava à margem de uma visita que efetuou, no passado dia 12 de janeiro, ao serviço de Formação Profissional de Vila Nova de Santo André, no Concelho de Santiago do Cacém, e às futuras instalações do Centro para a Transição Energética.

“Este Centro, que tem um âmbito nacional, vai responder aos desafios da transição energética, uma área crítica hoje em dia, que gera muitos impactos positivos no mercado de trabalho porque se estão a criar novas oportunidades de emprego”, sublinhou o Governante.

Esta valência vai servir para a formação na área das energias renováveis, como o hidrogénio verde, energia solar e eólica, entre outras.

Segundo Miguel Fontes, através de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foram criados mais três Centros protocolares com vista a responder a “novas áreas emergentes do mercado de trabalho”.

“Criámos o Centro para o Envelhecimento Ativo e Saudável, que está sediado em Loulé (Faro), o Centro para a Economia Social, na Guarda, e, o mais recente, que é a Academia do Empresário, que vai estar sediada no Porto”, acrescentou.

O Governante referiu ainda que, no âmbito do PRR, foi possível “reequipar a rede do IEFP, num total de 22 mil novos postos de formação nas mais diferentes áreas, com recurso a postos avançados, que disponibilizarão aos formandos o ‘standard’ da indústria, com simuladores, maquinaria e tecnologia que permite uma formação com qualidade”.

“Temos para formação no seu conjunto, entre equipamentos e instalação, 230 milhões de euros, o que é bastante significativo para responder a estes desafios”, concluiu

Jornal 846- Janeiro/24